segunda-feira, 22 de março de 2010

[Taça da Liga] SL Benfica 3-0 FC Porto

Há quanto tempo o Benfica não humilhava o Porto com um resultado tão desnivelado? Há quanto tempo o Benfica não ultrapassava uma semana desportiva tão exigente? Há quanto tempo o Benfica não jogava este futebol tão demolidor e personalizado? Não me recordo. Estamos a viver uma época de sonho.

Convém enaltecer dois aspectos que dão maior sabor e colorido a esta conquista da 2.ª Taça da Liga: (i) cerca de 72 horas antes, o Benfica tinha ultrapassado brilhantemente os oitavos-de-final da Liga Europa; (ii) em virtude do cansaço acumulado, o treinador Jorge Jesus optou por deixar de fora 4 habituais titulares (Javi García, Ramires, Saviola e Cardozo). Mesmo com essas supostas contrariedades, o Benfica foi fortemente dominador, pelo que não me lembro de um Porto tão descontrolado e subjugado ao poderio adversário. Nesse aspecto, foi hilariante observar o comportamento de Bruno Alves, espécime exemplar da cultura que se valoriza naquele clube. Vale tudo: agredir, esbracejar, insultar e pontapear tudo o que mexe. Estranha forma de vida.

Do nosso lado, destaque para tudo e todos. E Pluribus Unum. Em primeiro lugar, os adeptos que se mobilizaram para pintar o Estádio do Algarve de um vermelho bem vivo e apaixonante. Em segundo lugar, o treinador que gere habilmente a matéria-prima disponível e, em tom crescente, apresenta o dom de nos presentear com um Benfica há muito esquecido. Por fim, os jogadores, máximos obreiros desta vitória. Uns estiveram melhor do que outros (Ruben Amorim, Carlos Martins), mas o sucesso passa pela união e entreajuda de todo o grupo, como aliás tive oportunidade de comprovar com os meus próprios olhos. Jorge Jesus tem razão: esta equipa respira saúde.

Agora, que venha o Sp. Braga, numa partida determinante para as aspirações do 32.º título nacional (por favor, alguém que envie este número ao capitão do Porto). O 'andor cá estará à vossa espera, ou seja, cerca de 60.000 benfiquistas prontos para criar uma atmosfera especial de apoio a esta maravilhosa equipa. Até sábado.

6 comentários:

Balentone disse...

Eu até acho que o Benfica nem fez um jogo por aí além. E mesmo assim consegue marcar 3 golos. E como é que o Bruno Alves e o Meireles terminam o jogo?

Anónimo disse...

Façam a vossa análise à equipa do Liverpool pff.

sloml disse...

Como eu defendia, não soube tão bem vencer esta Taça? Defender que o Benfica deve entrar em campo com equipas secundárias nunca é boa opção. Assim ganhámos, sem forçar minimamente, e continuamos fresquinhos para o jogo com o Braga.

Catenaccio disse...

O Benfica não fez um jogo por aí além... do ponto de vista ofensivo. Por outras palavras, não estivémos perante um volume atacante ao nível de jogos, pelo que não se pode afirmar que foi uma exibição deslumbrante com várias oportunidades de golo. No entanto, foi uma performance muito personalizada e de grande controlo emocional. O Benfica dominou em todos os capítulos, deixando as fragilidades do Porto à vista. Como disse um amigo meu: "tratou-se de uma vitória tangencial por 3-0".

PoucOriginal,

Já estou a 'estudar' a equipa do Liverpool, mas reunir tanta informação demora o seu tempo. Em princípio, a crónica estará pronta ainda durante esta semana.

Abraço a todos e continuem a comentar...

dezazucr disse...

"tratou-se de uma vitória tangencial por 3-0"

tendo em conta os standards deste ano, é isso mesmo

;)

Dylan disse...

No passado dia 18 de Março, o Mistral - um vento seco e cortante - fustigou a Provença, nomeadamente a cidade de Marselha. Chegou tarde, vindo de noroeste, mas paradoxalmente aqueceu o coração de muitos emigrantes e benfiquistas presentes no Vélodrome. Enquanto isso, em Portugal, assistia-se a uma espécie de intifada para as bandas de Alvalade: um bando de energúmenos atiçados por dirigentes desportivos ávidos de protagonismo. Como não bastasse, no último Domingo, o Algarve foi castigado por um vento do Levante fora de época. Soprou quente, arrancou pedras, vidros, provocou feridos e fez disparar as vendas de medicamentos contra a azia. Queria pensar que houve uma equipa superior a isso tudo, mas infelizmente, há sempre alguém disposto a estragar o futebol em nome do ódio.

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