A esta hora, Jesualdo Ferreira já deve estar munido de todas as informações acerca do Schalke 04. Alex e Ricardo Costa, do Wolfsburgo, Diego e Hugo Almeida, do Werder Bremen, deram uma ajuda preciosa ao identificar alguns dos pontos fortes da equipa alemã: rapidez nas transições ofensivas, automatismos nas acções atacantes, dupla de avançados de enorme qualidade e um público incansável no apoio.
No papel, Mirko Slomka, treinador do Schalke 04, costuma desenhar um 4x4x2 não orientado para o "kick and rush", mas ainda assim com um figurino ligeiramente britânico na abordagem física do jogo. Contudo, por altura da fase de grupos, nas partidas caseiras frente a adversários mais poderosos como Chelsea e Valência, os "Azuis Reais" mudaram a estrutura para um 4x2x3x1 mais consistente a nível do meio-campo. Como deve, então, jogar o FC Porto?
Na minha opinião, qualquer tentativa de aproximação ao 4x4x2 losango será um erro. Uma das razões prende-se com a inexistência de um quarto médio de valia inquestionável. O outro motivo vai de encontro a um princípio bem conhecido: uma equipa não deve adaptar-se ao esquema adversário, em detrimento dos mecanismos de jogo treinados ao longo de uma época. Deste modo, ao FC Porto será mais favorável manter o 4x3x3, tal como a imagem ilustra.
Sabendo que as principais forças da equipa alemã encontram-se identificadas na capacidade ofensiva de Rafinha, na solidez e simplicidade de processos da zona intermediária e na ameça que constituem as movimentações de Asamoah e Kurany, a única dúvida de Jesualdo Ferreira poderia estar na escolha entre Farías e Tarik.
A meu ver, penso que o marroquino parte em vantagem, pois juntamente com Quaresma, à esquerda e Lisandro, ao centro, a equipa ganha outra agressividade e mobilidade no último terço de terreno. O argentino Farías oferece-se mais à marcação dos centrais e, por outro lado, transforma o 4x3x3 num sistema híbrido, em virtude das constantes diagonais, de fora para dentro, protagonizadas por Lisandro.
Depois, como logo à noite Bosingwa não vai marcar presença no palco de Gelsenkirchen e Lucho não pode estar em todo o lado, a faixa direita ficaria mais deserta no panorama ofensivo e mais exposta às iniciativas contrárias no momento da transição defensiva.
No papel, Mirko Slomka, treinador do Schalke 04, costuma desenhar um 4x4x2 não orientado para o "kick and rush", mas ainda assim com um figurino ligeiramente britânico na abordagem física do jogo. Contudo, por altura da fase de grupos, nas partidas caseiras frente a adversários mais poderosos como Chelsea e Valência, os "Azuis Reais" mudaram a estrutura para um 4x2x3x1 mais consistente a nível do meio-campo. Como deve, então, jogar o FC Porto?
Na minha opinião, qualquer tentativa de aproximação ao 4x4x2 losango será um erro. Uma das razões prende-se com a inexistência de um quarto médio de valia inquestionável. O outro motivo vai de encontro a um princípio bem conhecido: uma equipa não deve adaptar-se ao esquema adversário, em detrimento dos mecanismos de jogo treinados ao longo de uma época. Deste modo, ao FC Porto será mais favorável manter o 4x3x3, tal como a imagem ilustra.
Sabendo que as principais forças da equipa alemã encontram-se identificadas na capacidade ofensiva de Rafinha, na solidez e simplicidade de processos da zona intermediária e na ameça que constituem as movimentações de Asamoah e Kurany, a única dúvida de Jesualdo Ferreira poderia estar na escolha entre Farías e Tarik.
A meu ver, penso que o marroquino parte em vantagem, pois juntamente com Quaresma, à esquerda e Lisandro, ao centro, a equipa ganha outra agressividade e mobilidade no último terço de terreno. O argentino Farías oferece-se mais à marcação dos centrais e, por outro lado, transforma o 4x3x3 num sistema híbrido, em virtude das constantes diagonais, de fora para dentro, protagonizadas por Lisandro.
Depois, como logo à noite Bosingwa não vai marcar presença no palco de Gelsenkirchen e Lucho não pode estar em todo o lado, a faixa direita ficaria mais deserta no panorama ofensivo e mais exposta às iniciativas contrárias no momento da transição defensiva.
3 comentários:
Concordo com a análise. Escrevi este texto num blogue portista, que aproveito para mostrar e juntar à tua observação sobre o jogo dos alemães:
"O Schalke 04 é uma equipa que tem muito valor colectivamente, mas que tem na incapacidade de desequilíbrio, a nivel individual, a sua grande falha.
Com um GR pouco mais que medíocre (é a minha opinião), Neuer, a defesa muitas vezes ressente-se por ser muito lenta. Neste sentido, Lizandro será fundamental na frente, com Quaresma e Tarik (Farías) no apoio. Se o Porto apostar na velocidade pelas alas, parece-me que poderá ter sucesso. O meio-campo é combativo, tipicamente ao modo alemão, embora tenha estrangeiros. Não é dado a grandes tecnicismos, tirando Rakitic (que não sei se jogará), que é um talento em ascensão. No ataque são poderosos. É preciso muita concentração a defender. Nesse sentido, poderá não ser má de todo a indisponibilidade de Bosingwa, ainda que ele fosse muito importante nas transições ofensivas, quando o jogo estiver mais partido, coisa rara no bloco alemão, porque sempre muito concentrado e sólido. Lovenkrands, Asamoah, Altintop, Larsen e Kuranyi. You name it! Muita atenção aos cruzamentos para Kuranyi e à velocidade desconcertante de Asamoah. Pedro Emanuel, como homem mais maduro mas mais lento, terá de fazer um grande jogo.
Resumindo, o Schalke é uma equipa competitiva, consistente, sólida, organizada mas falta-lhe alma. Rakitic é o elemento que procura desequilibrar, mas é muito jovem e sozinho não consegue grande coisa, especialmente se estiver bem vigiado por Paulo Assunção. De resto, acho o Porto melhor em tudo.
Não me parece que o Jesualdo precise de adaptar o seu jogo ao do alemães, embora ache que o irá fazer (mais uma vez "puxando" um jogador para o meio-campo, em detrimento de um vançado). Será um erro. Com as fragilidades da defesa alemã, se o meio-campo (principalmente Assunção e Meireles, na primeira linha) trabalhar bem, o ataque, bem aberto nas alas, poderá dinamitar o jogo do Schalke. Sinceramente, acredito que o Porto pode ganhar este jogo. Não é um "pode" inspirado na crença divina, mas um "pode" de ser melhor e de deixar, logo na Alemanha, a eliminatória para o seu lado.
A equipa deve, quanto a mim, jogar com extremos puros, deixando Farías para uma solução na segunda parte. Meter mais um médio na equipa tiraria o poder de jogar pelas alas e retiraria Quaresma do jogo, jogador fundamental amanhã para o desequilíbrio que se pretende. Assim:
Helton
Fucile, Emanuel, Alves, Cech
Assunção
Lucho, Meireles
Tarik, Lisandro, Quaresma
O Porto é melhor. Com concentração na defesa, solidez no meio-campo e inspiração na frente tem tudo para ganhar o jogo."
Excelente análise. Que vem de encontro à minha opinião sobre como o FC Porto se deveria apresentar mais logo.
Qual o blogue portista onde escreveste o texto?
Obrigado pela visita e pelo comentário.
Um blogue que frequento com prazer. Apesar de alguns fundamentalismos e paixões exacerbadas dá para ir mantendo uma relação interessante de discussão:
www.bicampeoesdomundo.blogspot.com
Abraço
Enviar um comentário