Facto: o FC Porto perdeu pela margem mínima. Apontamento prático: a eliminatória não está perdida, mas o resultado forasteiro dificulta a tarefa para o Dragão. Conclusão: ao contrário do registo interno (esqueçamos a derrota com o Nacional), a competição europeia prova que o FC Porto não é invencível. Razões para a derrota? Na minha opinião, um dos principais motivos prende-se com a abordagem ao jogo por parte de Jesualdo Ferreira. A saber:
1 - Não estando em causa o desempenho individual de João Paulo, soa estranho entregar a titularidade a um jogador sem ritmo de jogo. A liga intercalar não é justificação. Ainda por cima, o ex-leiriense tem rotina como central e jogou adaptado à direita, primeiro, e à esquerda, depois. Juntamente com Fucile, mais defesa do que lateral, o FC Porto raramente teve profundidade pelas faixas;
2 - A troca posicional entre Lucho González e Raúl Meireles não trouxe benefícios ao equilíbrio do colectivo. Sabe-se que o português costuma actuar na meia-esquerda, enquanto El Comandante pisa terrenos típicos de um interior direito. Por conseguinte, basta observar a imagem para perceber que o lado direito estava mais protegido com as presenças de Lisandro López, Raúl Meireles e João Paulo. Já do lado esquerdo, corredor por onde surgiu o golo e os principais lances de perigo, quem defendia?
3 - A escolha de Ernesto Farías em detrimento do marroquino Tarik? Como previa, o trio da frente revelou menor mobilidade, até porque El Tecla fixa-se mais na área ficando à mercê da marcação dos centrais contrários. Em consequência directa, Lisandro López foi obrigado a desgaste redobrado por outras zonas do campo e o lado direito esteve sempre demasiado desamparado.
Palavras finais. Já não é a primeira vez que Jesualdo Ferreira procede a alterações face a adversários mais poderosos. Em certas ocasiões, passa da estrutura habitual do 4x3x3 (Quaresma, Lisandro e Tarik) para um esquema híbrido (Quaresma, Farías e Lisandro), piorando quando a decisão vai no sentido do 4x4x2 losango. Ontem, não foi tanto pelo sistema táctico, mas sim pelas escolhas técnicas que acabaram por influenciar diversas dinâmicas posicionais.
Percebe-se agora a resistência de vários adeptos tripeiros em relação ao seu treinador. Jesualdo Ferreira amedronta-se perante grandes palcos e equipas de outro gabarito. Típico de outros tempos, a fazer lembrar hábitos dos anos 80, o Professor mexe no modelo de jogo em função do adversário.
Cumpridos quase dois anos ao serviço do Dragão, adivinha-se o fim de um ciclo. A verdade é que o salto para a dimensão internacional só parece ao alcance de um homem como José Mourinho. Jesualdo Ferreira tem 90 minutos para provar o contrário.
1 - Não estando em causa o desempenho individual de João Paulo, soa estranho entregar a titularidade a um jogador sem ritmo de jogo. A liga intercalar não é justificação. Ainda por cima, o ex-leiriense tem rotina como central e jogou adaptado à direita, primeiro, e à esquerda, depois. Juntamente com Fucile, mais defesa do que lateral, o FC Porto raramente teve profundidade pelas faixas;
2 - A troca posicional entre Lucho González e Raúl Meireles não trouxe benefícios ao equilíbrio do colectivo. Sabe-se que o português costuma actuar na meia-esquerda, enquanto El Comandante pisa terrenos típicos de um interior direito. Por conseguinte, basta observar a imagem para perceber que o lado direito estava mais protegido com as presenças de Lisandro López, Raúl Meireles e João Paulo. Já do lado esquerdo, corredor por onde surgiu o golo e os principais lances de perigo, quem defendia?
3 - A escolha de Ernesto Farías em detrimento do marroquino Tarik? Como previa, o trio da frente revelou menor mobilidade, até porque El Tecla fixa-se mais na área ficando à mercê da marcação dos centrais contrários. Em consequência directa, Lisandro López foi obrigado a desgaste redobrado por outras zonas do campo e o lado direito esteve sempre demasiado desamparado.
Palavras finais. Já não é a primeira vez que Jesualdo Ferreira procede a alterações face a adversários mais poderosos. Em certas ocasiões, passa da estrutura habitual do 4x3x3 (Quaresma, Lisandro e Tarik) para um esquema híbrido (Quaresma, Farías e Lisandro), piorando quando a decisão vai no sentido do 4x4x2 losango. Ontem, não foi tanto pelo sistema táctico, mas sim pelas escolhas técnicas que acabaram por influenciar diversas dinâmicas posicionais.
Percebe-se agora a resistência de vários adeptos tripeiros em relação ao seu treinador. Jesualdo Ferreira amedronta-se perante grandes palcos e equipas de outro gabarito. Típico de outros tempos, a fazer lembrar hábitos dos anos 80, o Professor mexe no modelo de jogo em função do adversário.
Cumpridos quase dois anos ao serviço do Dragão, adivinha-se o fim de um ciclo. A verdade é que o salto para a dimensão internacional só parece ao alcance de um homem como José Mourinho. Jesualdo Ferreira tem 90 minutos para provar o contrário.
2 comentários:
Já é um clássico. Falta dimensão internacional a Jesualdo, na minha opinião! E também a alguns jogadores...
O Pepsodent é um verdadeiro inventor.
Em Portugal joga sempre com os mesmos. Chega lá fora e zás... grandes invenções.
Ontem na primeira parte podia ter sido limpo com 2 ou 3 pois o lado esquerdo (como dizes e bem) não tinha ninguém a defender.
Mas porque merda de razão é que ele inventa?
Foi a Liverpool e meteu a nodoa Mariano Gonzales e Kaz a titulares.
São aquelas mudanças táticas que ninguém percebe.
Quanto ao João Paulo, a entrada dele fez-me lembrar aquela jogada de mestre do António Oliveira quando meteu o desgraçado do Costa a titular em Old Trafford. O míudo não aguentou a pressão e sairam de lá com 4 na batata.
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