A respeito do post anterior, relato um episódio curioso. No final do jogo liguei ao meu Pai, procurando saber qual a sua justificação para mais uma exibição apagada. Ele seguiu a partida através da televisão e, sendo adepto da Académica, tem uma visão imparcial sobre a actualidade do futebol benfiquista. Então, a certa altura, diz-me ele: “O Benfica é um grupo de jogadores vulgares”. No caminho para casa fui a pensar naquelas palavras.
Em pouco mais de cinco minutos, procurei explicar que as más exibições eram o reflexo de: uma péssima planificação desportiva; um clima de instabilidade constante; uma excessiva exposição pública. Para piorar, as opções técnico-tácticas de José António Camacho são muito discutíveis. Inclusive, na altura, tentei encontrar razões para o injustificável e a forma encontrada para rebater a frase foi através daquele (gasto) argumento que diz que os jogadores encarnados, na sua maioria, são internacionais pelos seus países.
Depois de reflectir um bocado, tenho de dar razão ao meu Pai, mesmo sabendo que o nível de exigência a que está habituado remonta às décadas de 60 e 70. Ele teve a oportunidade de viver a melhor fase do Benfica, aprendendo a respeitar a sua história. Quem foi contemporâneo de Coluna, Eusébio e, mais tarde, Humberto Coelho e seus pares, só pode catalogar esta equipa como uma anedota. Percebo o teor das suas palavras, quando o referencial de qualidade encontra-se a anos-luz da actualidade.
Como tenho 33 anos, só posso ver as jogadas de Coluna e os golos de Eusébio através da televisão ou do You Tube. Também era muito miúdo na altura de Humberto Coelho, Pietra, João Alves, Chalana, Diamantino, entre outros e as lembranças são vagas. Assim, a minha referência comparativa resume-se à grande equipa de finais da década de 80, início de 90, onde pontificavam valores como Mozer, Ricardo Gomes, Valdo, Jonas Thern, Rui Costa, Isaías, só para citar alguns. Mais recentemente, o grupo constituído à volta de Simão dava boas perspectivas, pois o esqueleto base reunia diversos internacionais portugueses de qualidade já apreciável.
Sim, esta equipa tem jogadores vulgares. Claro que há excepções: Rui Costa mantém-se como expoente máximo, Katsouranis é titular da, ainda, selecção campeã europeia, Luisão é habitualmente convocável pelo Brasil e mais quatro ou cinco jogadores têm um passado ou um potencial que não deixam dúvidas. Agora, não sejamos ingénuos. Jogadores como Nélson, Luís Filipe e Nuno Assis não são escolhidos por Scolari. Outros como Léo, Petit e Nuno Gomes ultrapassaram os trinta e as lesões começam a ser habituais. As selecções do Uruguai e Paraguai estão longe de serem colossos mundiais. Sepsi é só titular dos sub21 da Roménia. Freddy Adu vem de um país sem tradição no futebol e o mesmo ponto de vista pode ser utilizado para Zoro e Bynia. Para uma equipa como a do Benfica, é muito pouco. Os pergaminhos do clube assim o exigem.
Em pouco mais de cinco minutos, procurei explicar que as más exibições eram o reflexo de: uma péssima planificação desportiva; um clima de instabilidade constante; uma excessiva exposição pública. Para piorar, as opções técnico-tácticas de José António Camacho são muito discutíveis. Inclusive, na altura, tentei encontrar razões para o injustificável e a forma encontrada para rebater a frase foi através daquele (gasto) argumento que diz que os jogadores encarnados, na sua maioria, são internacionais pelos seus países.
Depois de reflectir um bocado, tenho de dar razão ao meu Pai, mesmo sabendo que o nível de exigência a que está habituado remonta às décadas de 60 e 70. Ele teve a oportunidade de viver a melhor fase do Benfica, aprendendo a respeitar a sua história. Quem foi contemporâneo de Coluna, Eusébio e, mais tarde, Humberto Coelho e seus pares, só pode catalogar esta equipa como uma anedota. Percebo o teor das suas palavras, quando o referencial de qualidade encontra-se a anos-luz da actualidade.
Como tenho 33 anos, só posso ver as jogadas de Coluna e os golos de Eusébio através da televisão ou do You Tube. Também era muito miúdo na altura de Humberto Coelho, Pietra, João Alves, Chalana, Diamantino, entre outros e as lembranças são vagas. Assim, a minha referência comparativa resume-se à grande equipa de finais da década de 80, início de 90, onde pontificavam valores como Mozer, Ricardo Gomes, Valdo, Jonas Thern, Rui Costa, Isaías, só para citar alguns. Mais recentemente, o grupo constituído à volta de Simão dava boas perspectivas, pois o esqueleto base reunia diversos internacionais portugueses de qualidade já apreciável.
Sim, esta equipa tem jogadores vulgares. Claro que há excepções: Rui Costa mantém-se como expoente máximo, Katsouranis é titular da, ainda, selecção campeã europeia, Luisão é habitualmente convocável pelo Brasil e mais quatro ou cinco jogadores têm um passado ou um potencial que não deixam dúvidas. Agora, não sejamos ingénuos. Jogadores como Nélson, Luís Filipe e Nuno Assis não são escolhidos por Scolari. Outros como Léo, Petit e Nuno Gomes ultrapassaram os trinta e as lesões começam a ser habituais. As selecções do Uruguai e Paraguai estão longe de serem colossos mundiais. Sepsi é só titular dos sub21 da Roménia. Freddy Adu vem de um país sem tradição no futebol e o mesmo ponto de vista pode ser utilizado para Zoro e Bynia. Para uma equipa como a do Benfica, é muito pouco. Os pergaminhos do clube assim o exigem.
2 comentários:
Tenho dito isto o ano inteiro e finalmente alguém olha para o óbvio. A equipa do Benfica em termos de jogadores é fraquíssima. Craveira internacional, a meu ver só Rui Costa e Petit nos seus bons momentos. De resto é tudo demasiado frágil, inconstante e atemorizável. Os jogadores que o Benfica tem não têm o espírito competitivo desejável e mesmo a nível comparativo, a equipa que Camacho tinha na sua outra passagem era dotada de Petit no auge, Simão, Miguel e Tiago, todos jogadores de reputação internacional. É claro que construíram essa reputação começando no Benfica, mas comparar a regularidade de Tiago e Katsouranis é no mínimo confrangedor - o Tiago, como médio marcava uma média de 8-11 golos por época. Comparar o Miguel com o Nélson, nem em sonhos. O Simão então nem tem quem se compare, talvez só Rui Costa, mas nem o Rui consegue ser tão decisivo quanto o Simão era.
A equipa do Benfica este ano é fraquíssima. Pode não ser tão fraca como as equipas de há 6 anos atrás, mas é decerto a pior se comparada com os últimos anos.
É curioso que pareciamos estar num percurso ascendente e estes últimos 2 anos destruímos tudo, quer a nível de qualidade da equipa quer a nível de cultura quer a nível da mentalidade dos jogadores.
Temos jogadores que a única coisa que sabem fazer é falar para os jornais e na hora de renderem em campo, escondem-se.
São demasiado fracos e esta é a realidade com que temos de conviver este ano.
Chateio-me, aliás irrito-me mesmo com o Camacho devido às azelhices que faz durante os jogos. Mas a verdade é que se ele sai, com a realidade de jogadores que temos e, a não ser que o impossível aconteça (venha o Mourinho), ficaremos pior. Não estou a ver que treinador o Benfica poderá contratar que faça melhor que o Camacho.
Precisamos é de uma equipa decente.
E não me chateio nada se tiver de se gastar dinheiro a sério como se gastou com o Cardoso. Desenganem-se, só assim se consegue qualidade. Negócios da China quase Valeu mais ter gasto 9 milhões no Cardoso que ter trazido 3 marcéis a 3 milhões cada.
Falta qualidade na equipa.
Obrigado pelo comentário, bem escrito e fundamentado.
Não digo isto por termos pontos comuns de pensamento, mas julgo que focaste aspectos relevantes.
Nem todos podem concordar com o texto, devido a critérios de exigência distintos e níveis comparativos desfasados no tempo.
Mais uma vez, o tempo dirá de sua justiça.
Bem-vindo ao novo Catenaccio, dezazucr. Os teus comentários são sempre valiosos.
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