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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Uma questão de palmarés

Definitivamente, o futebol português encontra-se bipolarizado. Com o Sporting a insistir na sua 'morte lenta', a luta pela hegemonia nacional cinge-se a dois clubes. Se estivéssemos nos Estados Unidos, a discutir política, a contenda seria entre os partidos Republicano e Democrata. Porém, como o assunto é futebol, o duelo é entre os defensores da verdade desportiva e os ratoneiros (larápios) do pontapé na bola. Benfica e Porto. Por esta ordem.

Portanto, pondo de lado emblemas esquizofrénicos, que não vencem a mais importante competição nacional desde 1999/00, a questão do palmarés responde aos golfistas profissionais com a verdade crua dos números: o Benfica é o maior e melhor clube do futebol português. Não acreditam? Então, em vez de contarmos carneirinhos para adormecer, vamos contar troféus, atribuindo-lhes uma pontuação pela ordem de importância...

5 pontos: Campeonato Nacional da I Divisão / I Liga
3 pontos: Taça de Portugal
1 ponto: Supertaça "Cândido de Oliveira"
1 ponto: Taça da Liga

Ordem de ideias: o Campeonato Nacional é, indiscutivelmente, a prova nacional mais importante. Nesta linha de pensamento, a Taça de Portugal surge logo a seguir. Depois, a Supertaça "Cândido de Oliveira" só teve início na época 1979/80 (sendo resolvido o vencedor numa única partida) e a Taça da Liga também é um troféu recente, ainda sem grande expressão. Creio que a pontuação atribuída segue uma lógica aceitável. Se não gostarem, criem uma petição online de protesto. Para finalizar, o Campeonato de Portugal (Prova realizada entre 1921/22 e 1937/38), o Campeonato de Lisboa (Prova realizada entre 1906/07 e 1946/47 - 41 Edições) e a Taça "Ribeiro dos Reis" (Prova realizada entre 1961/62 e 1970/71 - 10 Edições), foram eliminadas da amostra. Caso contrário, teria de considerar os 74.176 troféus conquistados pelo Sporting, nas mais diversas realidades, e o meu Excel Avançado não dá para tanto. Vamos lá olhar a números?

SL Benfica

Campeonato Nacional da I Divisão / I Liga (32 títulos)
Taça de Portugal (24 títulos)
Supertaça "Cândido de Oliveira" (4 títulos)
Taça da Liga (2 títulos)

Atribuindo a pontuação referida anteriormente, temos:

Campeonato Nacional da I Divisão / I Liga (160 pontos)
Taça de Portugal (72 pontos)
Supertaça "Cândido de Oliveira" (4 pontos)
Taça da Liga (2 pontos)

Total = 238 pontos

FC Porto

Campeonato Nacional da I Divisão / I Liga (24 títulos)
Taça de Portugal (15 títulos)
Supertaça "Cândido de Oliveira" (17 títulos)
Taça da Liga (0 títulos)

Atribuindo, novamente, a pontuação citada, resulta:

Campeonato Nacional da I Divisão / I Liga (120 pontos)
Taça de Portugal (45 pontos)
Supertaça "Cândido de Oliveira" (17 pontos)
Taça da Liga (0 pontos)

Total = 182 pontos

Qual a conclusão disto tudo? Em primeiro lugar, temos de estar alerta face à aproximação que tem sido feita nos últimos anos. Sem dúvida. No entanto, chamo a atenção para a diferença (56 pontos) registada: para igualar o palmarés do Benfica, o Porto teria de conquistar, durante cinco anos consecutivos, todos os troféus nacionais (5+3+1+1 = 10 pontos * 5 anos), somando mais um Campeonato Nacional e uma Taça da Liga, por exemplo, no sexto ano. Ainda cliquei na 'Biblioteca de Funções' do Excel e a estatística mostrou-me que, para atingir este desiderato, é preciso muita fruta e café com leite. Como tal, serenidade nas hostes. Mesmo que o Porto conquiste o seu 25.º título nacional (5 pontos), o Benfica encontra-se bem encaminhado para vencer as Taças de Portugal e da Liga (3+1 = 4 pontos).

Portanto, façam as contas que fizerem, uma coisa é certa: o Benfica é o maior e melhor clube do futebol português. É uma chatice, mas a história não engana.

Adenda: Por motivos práticos, as competições internacionais não foram tidas na análise. No caso da Taça dos Campeões Europeus / Liga dos Campeões, ambos os clubes apresentam dois títulos ganhos. Depois, o Porto conta com uma Taça Uefa, embora o Benfica orgulhe-se de uma, não menos importante, Taça Latina. Neste aspecto, os pratos da balança estão equilibrados. De qualquer forma, a título de curiosidade, julgo que seria justo atribuir 20 pontos a uma Liga dos Campeões e 10 pontos a uma Liga Europa, pelo que um (muito) possível triplete de Taças representaria um bónus fantástico. Quase arriscaria dizer, sem cálculos rebuscados, que com tal desfecho positivo em 2010/11 a pontuação do palmarés encarnado duplicaria em relação ao vizinho de Lisboa. Para nós, era mais uma glória europeia. Para eles, era só mais uma receita médica.