Obviamente, marcaram presença muitas caras conhecidas: Artur Correia, José Augusto, Mozer, Veloso, Manuel Damásio, Vítor Santos, João Carvalho, Fernando Tavares, José Veiga, Carlos Colaço, Telmo Correia, entre muitas outras. Sendo certo que admiro grande parte dessas figuras, mantenho alguns anti-corpos face a uma ou outra personalidade. No entanto, convém não esquecer que o 'Movimento' é aglutinador: pretende ser de inclusão e não de exclusão. Apreciei os discursos e gostei da moldura humana. Fiquei satisfeito por verificar que há imensos benfiquistas, de vários quadrantes, que clamam por uma alternativa melhor e mais virada para o sucesso desportivo.
Quanto ao candidato, já sabia que o nome de José Eduardo Moniz poderia ser uma forte hipótese e ficaria satisfeito se essa possibilidade se tornasse real. O director-geral da TVI tem trabalho para apresentar, é extremamente competente e bom profissional. Revela habilidade para gerir projectos ambiciosos e sabe liderar um conjunto vasto de pessoas. No fundo, tem uma carreira insuspeita, não cabe no rótulo de 'abutre' ou oportunista, tem visibilidade pública assente numa boa imagem e, também, um discurso cuidado e educado. Ainda por cima é benfiquista, sofre pelo clube e gosta de futebol. Espero que dê certo.
[Vídeo] Apresentação do 'Movimento Benfica, Vencer, Vencer'
[Vídeo] Entrevistas ao 'Movimento Benfica, Vencer, Vencer'
Para terminar, faz sentido colocar a questão: qual o percurso profissional do possível candidato às eleições do Sport Lisboa e Benfica? Vamos conhecer melhor José Eduardo Moniz...
Director de televisão, José Eduardo Moniz nasceu em 1952, nos Açores. A sua ligação ao jornalismo começou aos 18 anos em Lisboa, quando estava a frequentar o primeiro ano da universidade e pediu ao irmão para lhe arranjar qualquer coisa para fazer. Acabou por ir para o Diário Popular como jornalista estagiário e ao fim de seis meses entrou para o quadro do jornal.
Em 1973, editou um livro sobre educação, a área onde trabalhava no jornal, intitulado "A Crise Incógnita na Universidade em Portugal".
Aos 25 anos, José Eduardo Moniz já era coordenador da área de educação no Diário Popular e foi nessa altura que se mudou para a RTP. Foi levado para o canal estatal de televisão por Botelho e Silva, o seu chefe de redacção no Diário Popular, que tinha assumido o cargo de director de informação na RTP. O jornalista açoriano foi convidado a exercer o cargo de chefe-adjunto do departamento de Actualidades, sector onde eram tratadas as entrevistas e as grandes reportagens. Na RTP foi ainda editor-chefe, com a responsabilidade dos telejornais e da informação não-diária, e chefe dos serviços de informação dos Açores, tendo assim regressado à sua terra natal.
Depois voltou a Lisboa e passou a apresentar telejornais após ter substituído um colega ausente. Simultaneamente, José Euardo Moniz foi chefe de departamento de noticiários e subdirector de informação.
Em 1983, devido a mudanças no poder político, passou a desempenhar um papel pouco activo na RTP, mas, em compensação, apresentou as emissões da manhã da Rádio Renascença e foi director da revista Telestar.
Em finais de 1985, regressou aos cargos de chefia na RTP, onde passou a ser director de informação, para ficar na estação televisiva até 1994. Nesse ano, saiu e fundou a produtora de televisão MMM, que realizava trabalhos para a RTP.
Quando ingressou na TVI, para onde foi desempenhar o cargo de director-geral, vendeu a sua participação na produtora MMM, de modo a libertar-se de todos os compromissos externos. O ingresso de Moniz na TVI deu-se numa altura em que este canal privado de televisão atravessava uma grande crise, nomeadamente a nível de audiências. Mas, desde o ano 2000, uma série de programas de sucesso, entre os quais se deve destacar o concurso "Big Brother" e as telenovelas de produção portuguesa, levaram a estação a ser a mais vista em Portugal. A mudança de imagem que José Eduardo Moniz operou na TVI deu assim frutos quase de imediato.