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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Benfica (Jesus)... é isto!!!

football formations

Tenho reparado, nos últimos dias e semanas, uma crescente preocupação de imensos benfiquistas em relação a alternativas válidas para o sector mais recuado da equipa. Começa a ser exasperante os queixumes de que o plantel não conta com nenhum backup de qualidade para o lugar de Maxi Pereira, já falta a paciência para o histerismo do Ricardo em relação ao Emerson e aborrece-me os argumentos ligados às opções para o centro da defesa. Meus caros, somos algum Feirense?

Para não ferir susceptibilidades, a minha perspectiva táctica omite a presença de Emerson e Maxi, este último mais por questões físicas (joga 1 vez por mês, pronto). Como os adversários do Benfica jogam só com um avançado, e 10 homens atrás da linha da bola, a dupla de centrais, coadjuvada pelo tosco espanhol que não sabe fintar, chega e sobra para qualquer tipo de atrevimento. Portanto, deixemos as matérias associadas ao bloco médio-baixo, coberturas zonais e transições defensivas para os clubes pequenos, tipo União de Leiria e Sporting.

A imagem de cima ilustra a minha proposta para o que resta da liga portuguesa e, principalmente, para os jogos da champions league, onde queremos voltar a elevar bem alto o emblema deste histórico clube. O Eusébio, por acaso, era lateral esquerdo? Não brinquem comigo. Se queremos ganhar (aliás, rebentar) o Barcelona em Munique, tem de ser com vocação ofensiva e nota artística elevada. A gravura não exemplifica esta nuance táctica, contudo acrescentaria o seguinte: no início da 2.ª parte, de forma a dar apoio tabelar ao Aimar e Gaitán, saíria o gajo espanhol mais defensivo e entraria o Saviola para aquele espaço de ninguém (entre-linhas, bolas); passado uns breves minutos, trocaria o Bruno César pelo Nolito, pois aquele corredor pode sofrer de défice de profundidade. Como digo, entre amigos, seriam as chamadas substituições perfumadas de talento. Aposto que o Sandro Rosell só aguentaria os 90 minutos à base de analgésicos. Preferiam outro cenário? Jogar para um empate 0-0? Então, convidem o Villarreal. Nós vestimos de encarnado e jogamos em 2x5x3. Benfica (Jesus)... é isto!!!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

[Champions League 1/8 final] SL Benfica x Zenit

Na última partida da liga russa, foi este o onze titular. Depois, há que juntar as hipóteses Bruno Alves (recepção apoteótica na Luz cof cof) e os russos Zyrianov, Bystrov (médios) e Bukharov (avançado). O sorteio terá sido acessível? Teoricamente, sim. No entanto, nesta fase da competição, não há garantia de nada. Apesar das dificuldades que vamos encontrar (é bom não esquecer) também temos argumentos a nosso favor e, como tal, acredito que o Benfica consiga seguir rumo aos quartos-de-final.

sábado, 6 de novembro de 2010

[Antevisão] FC Porto: SL Benfica: Onze titular encarnado

Dei por mim a pensar: que estará Jorge Jesus a fazer neste preciso momento? A esta hora, lembrei-me que poderia estar a acompanhar uma qualquer partida do brasileirão. Em busca de um 'novo' Ramires. Ou, pelo contrário, será que se encontra a ponderar qual o onze titular que irá subir ao 'dragão', respeitando a estratégia que melhor responda aos pontos fortes & fracos do adversário? Talvez. Porém, a ser verdade, não deve ser o único. Muito possivelmente, vários milhares de benfiquistas devem estar a cogitar sobre o mesmo tema. Exercício teórico sempre muito curioso. Então, indo directamente ao assunto, aqui vai a minha aposta:

Roberto; Maxi Pereira, Luisão, David Luiz e Fábio Coentrão; Javi García; Carlos Martins, Pablo Aimar e César Peixoto; Javier Saviola e Alan Kardec (4-1-3-2).

A meu ver, esta seria a escolha que melhor serviria os interesses do Benfica. Curiosamente, estou convencido que o treinador encarnado irá decidir no mesmo sentido? Porquê? É o que irei sintetizar de seguida:

- Em primeiro lugar, por razão de ordem intrínseca. Por outras palavras, os princípios gerais inerentes ao modelo de jogo manter-se-iam intocáveis, nomeadamente as traves mestras inerentes ao sistema táctico que está implementado;

- Em segundo lugar, por motivo de carácter exógeno. Ou seja, as principais virtudes atacantes do rival directo (já lá iremos) implicam uma nuance estratégica na transição defensiva, embora sem cair na tentação de adaptações posicionais que desvirtuem o funcionamento do colectivo.

Por vezes, na abordagem inicial às partidas, os treinadores caem no erro primário de descaracterizar completamente a filosofia e identidade futebolística do clube que dirigem. O deslize conceptual está identificado: trata-se de reagir (tacticamente) em função dos estímulos ditados pelo adversário. Contudo, nem sempre a proactividade é boa conselheira: em determinadas situações (como a diferença pontual, o estado anímico do grupo ou o palco do jogo, por exemplo), sugere-se maior prudência nos minutos iniciais. Obviamente, não espero a presença de jogadores apáticos, mas gostaria de observar uma equipa na expectativa - as circunstâncias actuais recomendam alguma cautela. Pode não ser muito atractivo, mas nem sempre o melhor ataque é a melhor defesa. O momento não é de romantismos. A altura é de realismo táctico. Querem ver?

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Recapitulando, um dos pontos fortes da equipa comandada por Villas-Boas prende-se com a organização ofensiva em posse: capacidade de explosão nos duelos 1v1 por parte dos extremos Hulk e Varela e entrada dos médios de 2.ª linha em zona de construção próxima da área contrária. A imagem de cima pretende retratar esse momento do jogo em que o FC Porto apresenta predicados. Na situação ilustrada, é Hulk que conduz a bola pela direita e, para além da opção individual, conta com soluções óbvias de passe curto para Belluschi e Falcao, enquanto os ex-sportinguistas Varela e João Moutinho interiorizam para o lado da bola. O exemplo serve, igualmente, para o corredor esquerdo, com dinâmicas e respostas semelhantes. Como deve o Benfica comportar-se face a este potencial movimento de perigo?

Na minha opinião, vários mecanismos de jogo devem estar formatados para responder aos estímulos e problemas criados pelo adversário. Em primeiro lugar, o desposicionamento para o lado da bola do triângulo defensivo formado pelos centrais e pelo pivot espanhol deve ser harmónico e suficiente de modo a que o espaço central não fique demasiado desguarnecido. Em segundo lugar, cabe a César Peixoto recuar para junto de Fábio Coentrão, de forma a impedir que Hulk possa desequilibrar no 1v1. Em consequência, David Luiz deve observar a hipótese do passe vertical para Falcao ou ficar atento à dobra na meia-esquerda e Javi García deve preencher a zona onde Belluschi pode realizar a aproximação. Em terceiro lugar, Maxi Pereira e Luisão devem precaver a diagonal (de fora para dentro) de Varela, enquanto Carlos Martins interioriza para junto de João Moutinho. Por fim, caso a posse de bola seja recuperada, as setas a tracejado espelham o papel fundamental de Carlos Martins, Pablo Aimar e Javier Saviola na busca de soluções práticas no momento de transição ofensiva.

No meu entender, face ao potencial demonstrado pelo FC Porto na organização ofensiva, a abordagem colectiva encarnada deve respeitar estes movimentos de marcação zonal e aproximação ao lado da bola. Senão, veja-se: (a) se o 2v1 sobre o avançado brasileiro for efectuado com David Luiz e Fábio Coentrão, Falcao pode aproveitar o espaço deixado no eixo central da defesa; (b) se o 2v1 sobre Hulk for efectuado através da aproximação de Javi García junto do internacional português, é Belluschi que pode usufruir do corredor central para criar desequilíbrios.

Deste modo, voltamos ao início do texto: só um 4x1x3x2 'mascarado' com uma grande dose de maleabilidade funcional pode contrariar um problema táctico que o FC Porto irá tentar repetir amiúde. Assim, com o onze titular apresentado, o modelo de jogo não perde a sua identidade futebolística, mas (sem bola) o sistema pode transfigurar-se num 4x3x1x2 mais apetrechado para o momento defensivo. Neste sentido, César Peixoto, na esquerda, ou Carlos Martins, na direita, são os únicos médios disponíveis com capacidade multifuncional para entenderem a mudança do jogo (questões posicionais) e integrarem-se em distintas compensações e tarefas, adaptando-se em função do adversário. Nem Nicolás Gaitán, nem Toto Salvio, por exemplo, têm essa capacidade de recuperação em função da posição da bola. Em relação a Airton, o seu contributo de pressão e intensidade competitiva pode ser útil ao colectivo numa fase mais adiantada da partida, dependendo das circunstâncias (desenrolar do marcador) da mesma.

Em suma, estou confiante com a 'matéria-prima' disponível porque a equipa tem recursos desportivos de qualidade para saber o que fazer com bola. A dúvida principal reside no momento em que a equipa tem de recuperar a sua posse. Nada a dizer em relação ao talento, porém alguma desconfiança e preocupação quanto à ordem da 'fábrica' táctica liderada por Jorge Jesus. Apesar de ser muito agradável assistir a gambetas, dribles e fulgor ofensivo, espero um Benfica maduro, isto é, consciente das forças do opositor e das suas próprias debilidades. Com atitude de campeão, sem dúvida, embora munido de elevadas doses de realismo táctico. Seria muito bonito ganhar, mas também é muito importante não perder.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Táctica #6: Espanha - prós & contras

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Espanha, próximo adversário de Portugal nos oitavos-de-final. Nas linhas seguintes, analisaremos os prós & contras de ‘La Roja’ e qual a abordagem estratégica que a selecção nacional deverá optimizar. Antes, recuemos até 2008, quando a Espanha sagrou-se campeã europeia.

Na altura, durante a fase de grupos e quartos-de-final, Luis Aragonés era apologista de um 4x1x3x2, com Senna pivot (defensivo), um trio formado por David Silva (esquerda), Iniesta (direita) e Xavi (ao centro), ficando Torres e David Villa na frente de ataque. A partir dos quartos-de-final, com a lesão do avançado do Valência, a equipa mudou para um elástico 4x1x4x1, imagem de marca da selecção espanhola. Recordo o onze-base na final contra a Alemanha: Casillas, Sergio Ramos, Puyol, Marchena e Capdevila; Senna, Iniesta, Xavi, Fàbregas e David Silva; na frente, Torres. Dois anos passaram, mas desta equipa para a actual (que jogou diante do Chile), apenas mudaram 4 caras: Piqué em vez de Marchena, Busquets por Senna, Xabi Alonso em vez de Fàbregas e David Villa por Silva. Portanto, salvo uma ou outra alteração pontual, esta geração de jogadores pode continuar a fazer história.

Curiosamente, o seleccionador Del Bosque começou a competição de forma semelhante à final do Euro 2008, ou seja, com a equipa disposta em 4x1x4x1. De então para cá, as únicas novidades prendem-se com o seguinte: opção por Xabi Alonso, em detrimento de Fàbregas e saídas de Marchena e Senna, com entrada directa de Piqué e Busquets, respectivamente. Porém, a derrota com a Suiça alterou os planos e houve como que uma espécie de regresso ao passado, com a aposta em Torres. A Espanha precisava de maior poder de fogo, ficando David Villa inclinado na esquerda (diagonais interiores) e Jesús Navas (vs Honduras) ou Iniesta (vs Chile) com responsabilidade no corredor contrário. Presentemente, ‘La Roja’ actua num 4x3x3, com meio-campo em «1x2» quando em posse de bola, mas também desenha um 4x1x4x1 em organização defensiva, recuando os extremos para zonas mais atrasadas.

O retrato (táctico) do antes e depois está feito. Porém, em termos de futebol desenvolvido existem algumas diferenças. Em 2008, os campeões europeus mostraram argumentos na vertente táctica e criatividade suficiente para explanar as qualidades técnicas individuais. No presente, a escolha por determinados jogadores tem bloqueado a fluidez nos movimentos de transição e circulação de bola. Razões para tal? O espaço entre-linhas nem sempre é bem preenchido, pois Del Bosque tem demorado a encontrar os homens certos para os lugares de meio-campo: Busquets, Xabi Alonso e Xavi parecem intocáveis, mas também já jogaram Jesús Navas, Iniesta, Fàbregas e David Silva. Creio que o equilíbrio ainda não foi encontrado, pois Busquets e Xabi Alonso são médios de contenção e Iniesta e Fàbregas, por exemplo, têm outros argumentos (qualidade de passe em ruptura) ofensivos. Vejamos, agora, quais os prós & contras da actual selecção espanhola.

Para continuar a ler, no Jabulani.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Táctica #5: A 'clementina' de Marwijk

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Não estranhem a imagem. Sabe-se que o treinador holândes é adepto do 4x2x3x1: linha defensiva a 4, duplo pivot no meio-campo, um trio de médios mais orientados para o ataque e, na frente, isolado perante os centrais contrários, o virtuoso Van Persie. De facto, o esquema acima representado não pretende espelhar os traços dominantes desta equipa que compete na África na Sul, antes ilustrar uma concepção táctica mais de acordo com a sua tradição de futebol: um entusiasmante 3x4x3, típico da escola holandesa.

Bert van Marwijk imprimiu um cunho pessoal a esta selecção: óptimos resultados até ao momento (3 vitórias na fase de grupos, 5 golos marcados e, apenas, um sofrido), contudo com um nível exibicional algo longe de fascinar os chamados adeptos ‘românticos’. Existem, portanto, virtudes e pechas assinaláveis, cada qual na sua proporção e grau de importância.

Para ler, no Jabulani.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Táctica #4: A "Mannschaft" de Low

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Na presente competição, a Alemanha já provocou sensações distintas: da vitória (do céu) fácil e vibrante sobre a Austrália, até à derrota (ao inferno) algo surpreendente frente à Sérvia. Para o jogo decisivo perante o Gana, adversário de respeito e líder do grupo D com 4 pontos, a dúvida coloca-se: que Alemanha teremos a oportunidade de observar? Estou em crer que estaremos diante de uma equipa autoritária e potente, embora com uma tarefa que se afigura complicada: exige-se que as habituais virtudes germânicas, máxima frieza e concentração, aliadas a um futebol mais latinizado, estejam a um nível apurado. À partida, essa face dominadora mais visível será suficiente para o objectivo chamado oitavos-de-final.

Estruturada em 4x2x3x1, Joaquim Low adoptou novos atributos associados a um futebol mais elaborado do ponto de vista técnico, porém sem descaracterizar a matriz habitual da Alemanha. Mantendo-se fiel à identidade futebolística de selecções antecessoras, o seleccionador tem conseguido esculpir um novo conceito futebolístico, assente em valores emergentes com uma abordagem ao jogo mais criativa. Refiro-me, obviamente, aos jovens talentos Mezut Ozil e Thomas Muller que, mesclados com jogadores mais experientes, dão um toque extra de rebeldia a um coelctivo que sempre se regozijou por características mais disciplinadas, mas igualmente louváveis. Vale a pena desenvolver alguns pontos fundamentais que espelham a nova concepção da "Mannschaft".

Para ler, no Jabulani.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Táctica #3: A filosofia de Dunga

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Escrever sobre a selecção brasileira é um acto de coragem. Com um percurso riquíssimo, recheado de vitórias e talentosos jogadores, acaba por ser inglório conceber um texto onde caibam êxitos e emoção à escala planetária. Assim, ao contrário dos artigos anteriores, esta crónica é mais extensa, pois ultrapassa os aspectos meramente tácticos ao contemplar episódios históricos que dão maior substância ao tema.

O Brasil, personificado em técnicos, jogadores, jornalistas e adeptos, de uma forma geral, vive um conflito que se prende com a sua cultura (de vitória) e história futebolística. Sendo capaz de brindar os amantes do futebol com um reportório estético de excelência, o país está habituado a conquistar mundiais: 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. Este palmarés e capital artístico representam um catalisador de enorme exigência por parte da opinião pública, implicando um clima de elevada pressão sobre a comitiva destacada na África do Sul. Para milhões de brasileiros, ganhar um Mundial (oferecendo espectáculo) é uma obrigação. Para um, em particular (Dunga), é uma dor de cabeça.

Para ler, no Jabulani.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Táctica #2: Um losango para Capello

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Apontada como uma séria candidata ao pódio, a selecção inglesa defraudou uma enorme legião de adeptos, ao empatar no seu primeiro jogo do grupo C. Apesar do incrível ‘frango’ do guarda-redes Robert Green, o objectivo de ir longe na competição não está perdido e espera-se, somente, um acréscimo exibicional mais vincado. Neste sentido, a quilómetros de distância, aqui fica o meu recado para o homem (italiano) que lidera os destinos ingleses: um losango para Capello.

Para ler, no Jabulani.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Táctica #1: O dilema de Maradona

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Analisando a selecção da Argentina, recheada de tantas estrelas, e com Messi acima de todos, ponho-me a imaginar o que irá na cabeça de Maradona quando escolhe o onze titular. Se, por exemplo, me sentasse à mesa com meia dúzia de amigos, entretidos entre cerveja e caracóis, arriscaria dizer que cada um de nós escolheria uma equipa diferente. Se na defesa poderia, ainda, existir alguma unanimidade, do meio-campo para a frente estaríamos perante a velha máxima 'cada cabeça, cada sentença'. Como conciliar tanta qualidade? No vosso caso, entre Aguero, Tévez, Higuaín, Milito, Palermo, só para citar alguns, por quem optariam? Este é o dilema de Maradona.

Para ler, no Jabulani.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Quique Flores: defesa em linha e variantes do 4x4x2

Há dias, ao escrever um artigo sobre a experiência de Quique Flores em Valência, procurei extrapolar as principais ideias de jogo para a realidade do Benfica, versão 2008/09. Foi uma primeira abordagem, devidamente suportada pela análise à disposição táctica da equipa do Valência, tendo por base algumas partidas da liga espanhola, no intuito de oferecer cenários hipotéticos sobre o modelo de jogo encarnado. Sendo do conhecimento público que Quique Flores privilegia os aspectos tácticos, faz todo o sentido voltar a debater princípios ou conceitos ligados ao sistema de jogo.

Defesa em linha

Pelas indicações dadas nos treinos, o treinador espanhol mostra ser adepto da defesa em linha. Numa apreciação meramente teórica, pode parecer uma opção de risco. Contudo, quando bem assimilada pelo quarteto defensivo, pode revelar-se uma estratégia eficaz, nomeadamente quando perante uma linha subida no terreno. Imagine-se, a título exemplificativo, uma defesa constituída por: Nélson, Luisão, David Luiz e Léo.

Para que a defesa em linha funcione eficazmente, são necessários diversos predicados: (i) concentração máxima de todos os intervenientes para respeitar o "timing" em que o avançado é colocado em fora-de-jogo; (ii) posicionamento criterioso dos espaços vitais; (iii) mecanização do tempo de pressão em função da bola e do adversário; e (iv) velocidade de todos os elementos, de forma a reagir a passes colocados nas costas (representado pelas setas a indicar o movimento de recuo).
No meu entender, Quique Flores terá de observar os prós & contras desta opção, pois é reconhecido que jogadores como Luisão e Edcarlos não primam pela velocidade de reacção e sentem-se mais confortáveis num bloco-médio baixo. Por falar em bloco, a principal vantagem da defesa em linha prende-se com uma maior interligação dos diversos sectores, possibilitando uma natural redução de espaços à circulação de bola contrária e potenciando as virtudes associadas à pressão alta.

Variantes do 4x4x2

Ao considerarmos variantes de desenhos tradicionais (4x5x1, 4x4x2, 4x3x3, entre outros), há que respeitar questões de nomenclatura, ou seja, um 3x5x2 representa a existência de 3 defesas, 5 médios e 2 avançados. Todavia, quando consideramos, por exemplo, o 4x1x2x1x2, estamos a desagregar o 4x4x2 losango e a reconhecer espaços do meio-campo caracterizados por funções distintas. A saber: zona de recuperação (pivot defensivo), zona de transição (médios interiores) e zona de construção (organizador ofensivo).
Pelo observado na partida frente ao Estoril, Quique Flores mostra-se partidário do 4x4x2 dito clássico. Ainda pode ser prematuro aceitar este esquema como prioritário, pois faltam chegar 2 reforços e, actualmente, o treinador espanhol trabalha com 37 atletas. De qualquer modo, o próprio já afirmou que vai implementar mais do que um sistema, o que deixa antever variantes à táctica inicial.

O 4x4x1x1

A diferença do 4x4x1x1 em relação ao sistema clássico reside no recuo de um avançado, de características móveis, que parte desde a zona de construção, típica de um n.º 10, com liberdade para cair nas faixas. No Benfica, esse espaço entre linhas parece talhado para a visão de jogo e explosão de Pablo Aimar. Assim, ao invés de 2 avançados de perfil, o 4x4x1x1 baseia-se na colocação de um ponta-de-lança, muitas vezes denominado de "target man", entre os centrais contrários, enquanto o companheiro de sector assume o papel híbrido de um n.º 9.5, funcionando como elo de ligação com a linha de meio-campo. Neste momento, importa conhecer a definição do plantel, pois só Javier Balboa e Di María (nos Jogos Olímpico) parece-me curto para a função de vaivém constante exigida aos médios-ala. É certo que Jorge Ribeiro e/ou Sepsi podem desempenhar o lugar canhoto, mas já Freddy Adu e Nuno Assis apresentam atributos favoráveis a um lugar mais centralizado.

O 4x2x3x1

Quando se vislumbra um 4x2x3x1, todos diríamos que estamos perante uma variante do 4x3x3, com a particularidade do triângulo central ilustrar a existência de um duplo pivot defensivo. Curiosamente, se o 4x4x2 pode dividir-se no 4x4x1x1, também este último esquema pode desagregar-se no 4x2x3x1, desde que os médios-ala transmitam maior profundidade no último terço de terreno. Não há dúvida do seguinte: a inércia ou rigidez de posições no papel pode ganhar diferentes contornos, moldando-se à dinâmica individual e colectiva. Por conseguinte, neste exemplo que a imagem ilustra, a tarefa de desequilíbrio não cai tanto sob os ombros do pivot ofensivo, mas antes encontra-se direccionada para jogadas de 1x1 nos corredores laterais. Em relação ao 4x4x1x1, nesta situação pedir-se-ia a Pablo Aimar que fosse mais um n.º 10 do que um avançado solto.

Resumo

Pela análise das duas imagens (compostas por setas que ilustram movimentos de transição) pode-se entender o alcance da mensagem de Quique Flores. De facto, treinar o 4x4x2 clássico não significa que mediante as circunstâncias do próprio jogo, do adversário e do local onde se encontra a bola (zonas de pressão), a face táctica da equipa não possa tranfigurar-se para um 4x4x1x1 ou para um 4x2x3x1. Espero ter contribuído para relembrar alguns pormenores e promover a discussão destes aspectos vocacionados para uma vertente mais táctica. Agora, tudo depende da matéria-prima disponível.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

#3 Táctica: Dezembro 2007

4x3x2x1: Christmas Tree Formation


A revolução de Carlo Ancelotti


Ao longo dos anos, o futebol europeu foi palco de diferentes tendências tácticas: na antiguidade dos anos 30 e 40, Chapman implementou o famoso WM (3x2x2x3); na década de 50, Brasil e Hungria inspiraram o 4x2x4; na década seguinte, o defensivismo imposto pelo Catenaccio marcou uma época; nos anos 70, surgiu o conceito de futebol total, protagonizado pela selecção laranja; no período relativo às décadas de 80 e 90, acrescentaram-se variantes ao 4x4x2 e 4x3x3, aprofundando aspectos como a zona pressionante.

Desafiar a história

Actualmente, o futebol dito moderno assenta sobre desdobramentos tácticos interessantes, como seja a variante reproduzida pelo 4x2x3x1, mas no início do séc. XXI a inovação táctica não conheceu evoluções significativas ou regressos ao passado dignos de registo. Quer isto dizer que o limite do pensamento e desenvolvimento táctico já foi ultrapassado? A resposta é negativa. No tabuleiro verde, que representa o relvado, há sempre espaço para mais uma novidade. No Calcio mora um sistema único e original nos seus pressupostos posicionais, preconizado superiormente por Carlo Ancelotti, treinador do AC Milan. Minhas senhoras e meus senhores, o actual campeão europeu apresenta a formação Christmas Tree:

Virtudes do misterioso 4x3x2x1

Não se conhece a origem do termo, mas pela observação da imagem facilmente se conclui o porquê de se chamar Christmas Tree à disposição táctica centrada no 4x3x2x1. Para além da curiosa associação com a época natalícia, aproveita-se o facto da equipa italiana visitar o Estádio da Luz, em jogo a contar para a Champions League, para informar os leitores sobre breves vicissitudes do modelo de jogo. Comecemos pelas opções técnicas à disposição de Carlo Ancelotti (substitutos naturais entre parêntesis):

GR – Dida (Kalac)
Defesa direito – Oddo (Cafu)
Defesa esquerdo – Jankulovsky (Favalli)
Central direito – Nesta (Bonera)
Central esquerdo – Maldini (Kaladze)
Pivot defensivo – Pirlo (Emerson)
Interior direito – Gattuso (Brochi)
Interior esquerdo - Ambrosini (Serginho)
N.º 10 esquerdo – Seedorf (Gourcuff)
N.º 10 direito - Kaká (Alexandre Pato, a partir de Janeiro)
Avançado – Inzaghi (Gilardino/Ronaldo)

Quanto às dinâmicas criadas e impostas pela matéria-prima existente, há características colectivas que se destacam, as quais imprimem um cunho de identidade ao actual campeão europeu.
Para começar, quando em posse de bola a verticalidade é oferecida pelas subidas dos laterais, pois espera-se que tanto Oddo, à direita, como Jankulovsky, mais liberto, à esquerda, transmitam profundidade nas faixas.
Percorrendo metros próximas da zona intermediária, deparamo-nos com a classe mundial de Pirlo. Apesar de no terreno o regista italiano ocupar a posição de n.º 6, não estamos perante um trinco tradicional. Pelo contrário, as tarefas de maior pressão e marcação ficam a cargo do batalhador Gattuso e do capitão Ambrosini. Se quisermos utilizar uma metáfora, poder-se-ia dizer que é Pirlo quem decide o timing certo para ligar/desligar as luzes da árvore de Natal, pois é a sua visão de jogo que ilumina a equipa.
Interessante, também, verificar como é possível conciliar dois talentos que vestem a camisola n.º 10: Kaká, à direita, mais explosivo com bola e temível nos lances de 1x1, enquanto Seedorf, à esquerda, mais inteligente na forma como gere o ritmo de jogo, à espera do momento certo para efectuar um passe de ruptura. Por fim, no topo da Christmas Tree, quase no limite do fora de jogo, brilha a estrela Inzaghi, implacável ponta-de-lança na hora de finalizar.

Transposição para a realidade nacional

Como já foi referido, o sistema táctico 4x3x2x1 representa um conceito original que teve maior visibilidade no AC Milan, mas o fenómeno da aprendizagem (não gostaria de chamar processo de imitação) pode, mais dia menos dia, invadir os relvados portugueses. Como seria, então, no caso particular dos três grandes?
No caso do FC Porto (fig. 1) seria, provavelmente, um desperdício não aproveitar o virtuosismo técnico de Quaresma e Tarik nos corredores laterais, mas possibilitaria maior consistência no sector central. Por sua vez, conhecendo a preferência de Camacho pela utilização de um único ponta-de-lança e face às características dos centrocampistas, seria mais plausível a implementação do 4x3x2x1 (fig. 2) no Benfica. Para terminar, do outro lado da 2.ª circular (fig. 3) Paulo Bento poderia, também, recorrer a este desenho táctico, nem que fosse como o tão propalado plano B, graças à garantia de eficácia proporcionada por Liedson.




versão integral

#2 Táctica: Novembro 2007

Selecção Nacional

Prós & Contras da táctica portuguesa


Selecção nacional: clube de topo?

Qualquer que seja a selecção nacional, espera-se que o grupo de jogadores escolhidos seja representativo do melhor que a nação tem para oferecer. Portugal não foge à regra e as escolhas técnicas - sempre polémicas - procuram envolver parâmetros como a forma física ou o simples talento futebolístico de cada atleta. Objectivo prioritário: a constituição de um conjunto de eleição.
Contudo, a experiência portuguesa e a história recente mundial demonstram que nem sempre um lote de óptimos jogadores personifica uma boa equipa. Uma das razões para esse desfasamento prende-se com o menor tempo disponível do seleccionador para promover mecanismos de entrosamento e incutir princípios de jogo adaptados às características dos jogadores.
Nesta medida, torna-se notório que treinar um clube não tem nada que ver com o ritmo próprio de treinar uma selecção. No primeiro cenário, o treinador tem contacto diário com os atletas e as suas ideias sobre o jogo são assimiladas de uma forma mais gradual e consistente. No caso da selecção nacional, o treinador funciona mais como um coleccionador de identidades, tendo em conta as diversas posições do terreno. Por outras palavras, o seleccionador é obrigado a saltar etapas estratégicas como forma de impor o seu estilo futebolístico, assente num desenho táctico que melhor se adapte ao tal conjunto de eleição nacional.

Selecção nacional: escolhas técnicas

Antes de entramos directamente no tema relacionado com as diversas formas do esquema táctico nacional, há que enunciar uma regra base que vem nos livros: qualquer equipa deverá ter, no mínimo, dois jogadores por posição. E, quais são os escolhidos preferenciais do actual seleccionador nacional? Atente-se nos principais nomes que constituem o núcleo duro de Scolari:

Guarda-redes: Ricardo (Bétis); Quim (SL Benfica)
Defesa direito: Bosingwa (FC Porto); Miguel (Valência)
Defesa central: Ricardo Carvalho (Chelsea); Jorge Andrade (Juventus); Fernando Meira (Estugarda); Bruno Alves (FC Porto)
Defesa esquerdo: Paulo Ferreira (Chelsea); Antunes (AS Roma)
Médio defensivo: Petit (SL Benfica); Raúl Meireles (FC Porto)
Médio de transição: Maniche (Atl. Madrid); João Moutinho (Sporting CP)
N.º 10: Deco (Barcelona); Tiago (Juventus)
Médio ala/Extremo: Cristiano Ronaldo (Manchester United); Simão (Atl. Madrid); Ricardo Quaresma (FC Porto)
Avançado/Ponta-de-lança: Nuno Gomes (SL Benfica); Hélder Postiga (FC Porto); Hugo Almeida (Werder Bremen); João Tomás (Sp. Braga)

Na maioria das convocatórias, estes jogadores correspondem ao lote de eleição nacional e, porventura, serão aqueles em quem os portugueses depositam maiores esperanças para o Euro 2008. Eventualmente, pode-se pensar noutras alternativas com valor para integrar a selecção nacional:

Guarda-redes: Nuno (FC Porto)
Defesa direito/esquerdo/central: Caneira (Valência)
Defesa direito: Abel (Sporting CP)
Defesa central: Tonel (Sporting CP); Ricardo Rocha (Tottenham)
Médio defensivo: Miguel Veloso (Sporting CP)
Médio de transição: Manuel Fernandes
Médio ala/Extremo/N.º 10: Nani
Avançado/Ponta-de-lança: Ariza Makukula (Marítimo)

Enquadramento táctico: sistema habitual 4x2x3x1

O desenho de jogo centrado num trio criativo, suportado pelo duplo pivot defensivo e tendo um avançado centro como referência, vem dos tempos de Humberto Coelho. Após o Euro 1996, disputado em Inglaterra, António Oliveira e Luiz Felipe Scolari têm mantido a mesma orientação táctica, com ligeiras alterações circunstanciais.

Actualmente, parece ser o sistema que melhor serve os interesses da selecção, quer pela matéria-prima disponível, quer pelas características dos futebolistas portugueses. Conhece-se a dificuldade de preencher o lugar de ponta-de-lança e as faixas defensivas não apresentam elevada concorrência, excepção feita ao lado direito. Deste modo, uma das principais pechas da equipa nacional prende-se com a inexistência de um lateral esquerdo verdadeiramente canhoto, existindo a esperança que Antunes possa crescer no futebol transalpino. Por sua vez, a posição de homem mais avançado tem ficado orfã desde a saída de Pauleta e aguarda-se, com expectativa, a evolução de Hugo Almeida no Werder Bremen.
Ainda assim, os mecanismos colectivos mostram-se mais solidários no 4x2x3x1 por ser o enquadramento táctico treinado há mais tempo e aquele onde os jogadores se sentem mais à-vontade. Por conseguinte, a descoberta de pontos de entrosamento será mais natural e as ideias do seleccionador mais facilmente assimiladas, favorecendo o talento individual de craques como Simão, Cristiano Ronaldo e Ricardo Quaresma, verdadeiras pérolas do futebol fantástico.

Nuance estratégica: sistema renovado 4x3x3

Em Portugal, Benfica e FC Porto concebem o seu modelo de jogo no 4x3x3 mas, de forma ligeiramente distinta. Enquanto Camacho é adepto do 4x2x31 como variante do sistema tradicional, Jesualdo Ferreira prefere o 4x3x3 puro, com a utilização de um único pivot defensivo e onde os médios ala desempenham, mais amiúde, o papel de extremos. Também na selecção, consoante o adversário e o resultado no marcador, Scolari pode imprimir uma nuance estratégica que tem reflexo numa maior preponderância de médios de transição e no aproveitamento dos extremos como forma de oferecer profundidade ao jogo colectivo.

A imagem pretende revelar outras opções para a zona intermediária, lembrando um episódio verificado no Euro 2004, disputado em Portugal. Na altura, vivia-se a época dourada de José Mourinho no FC Porto onde pontificavam nomes como Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Maniche, Deco, entre outros. A partida inaugural, frente à Grécia, não correu de feição às cores portuguesas e o seleccionador viu-se obrigado a operar uma revolução cirúrgica em lugares-chave, apostando nalguns atletas que tinham experimentado o sucesso europeu.
Cerca de quatro anos volvidos, o Sporting dá mostras de ser o clube que mais valores tem conseguido inserir na equipa principal e diversas correntes de opinião acreditam que a espinha-dorsal da selecção do futuro devia ter a marca da Academia de Alcochete. Sendo certo que jogadores como Tonel, Miguel Veloso e João Moutinho são presenças, mais ou menos, assíduas nas convocatórias, outros como Abel e Yannick Djaló podem, também, ter a sua oportunidade. Tal como em 2004, reunir vários atletas do mesmo clube pode significar uma vantagem extra pelo facto da maioria revelar melhor entrosamento e conhecimento dos momentos da transição, graças ao trabalho diário desenvolvido no seu clube de origem.

Exigência de um plano B: sistema alternativo 4x4x2

É sabido que a selecção portuguesa tem o costume de bater-se, bravamente, com selecções de topo mundial mas, estranhamente, tem o péssimo hábito de fraquejar diante de adversários teoricamente mais fracos. Quando o oponente é de respeito, é normal existirem mais espaços para circular a bola o que funciona lindamente para jogadas de contra-ataque e serve as características dos jogadores portugueses. Ao contrário, frente a selecções menos cotadas, que actuam num bloco médio-baixo com vários jogadores atrás da linha da bola, existe maior dificuldade para criar lances de perigo e oportunidades de golo. A resposta pode estar na implementação de um sistema alternativo, mais ofensivo, que contemple a presença de dois avançados. Vejamos, então, qual a possibilidade de sucesso de um plano B centrado no 4x4x2.

Mesmo tendo consciência que a principal força de Portugal reside na qualidade dos centrocampistas e no talento individual dos médios ala ou extremos, em determinadas circunstâncias exige-se a presença de dois homens mais avançados, nomeadamente nos jogos em casa, onde o favoritismo é maior, ou quando o resultado no marcador seja adverso.
Este plano B para situações difíceis assemelha-se ao desenho planificado por Rafa Benítez no Liverpool, com duas linhas de quatro elementos ao melhor estilo britânico. Ao invés do 4x4x2 losango, preconizado por Paulo Bento, este esquema mantém a virtude do 4x2x3x1 ao assumir a presença de mágicos como Cristiano Ronaldo e Ricardo Quaresma. A diferença está na saída de um jogador do triângulo central, pela entrada de mais um avançado, de maior mobilidade ou com maior presença na área.
Por sua vez, face às escolhas constantes do seleccionador, a sociedade ofensiva seria, naturalmente, constituída pelos seguintes jogadores: Nuno Gomes, Hélder Postiga, Hugo Almeida, João Tomás e...Ariza Makukula. Destaca-se o avançado do Marítimo por diversas razões: experiência internacional adquirida no Sevilha, excelente início de campeonato (4 Golos/6 Jogos) e impressionante envergadura física (190 cm/85 kg). Natural da República Democrática do Congo, este ainda jovem ponta-de-lança (26 anos) marcou presença nos escalões inferiores da selecção nacional e, pelas suas características ímpares no futebol português, representa uma opção que não deve ser descurada.
Em resumo, quando a bola teima em não entrar nas redes adversárias e exige-se um futebol mais directo e menos elaborado do ponto de vista técnico, há que perspectivar novas hipóteses tácticas e o 4x4x2 pode ser uma solução de recurso interessante. Para que o desenho no papel tenha expressão no relvado, nada como optar por dois avançados de características distintas que melhor compreendam o objectivo da complementaridade. Assim, entre Hugo Almeida, João Tomás e, quem sabe, Ariza Makukula, um deles desempenharia a função de ser o homem de referência, capaz de prender os centrais adversários e abrir espaços de penetração para os restantes companheiros, enquanto Nuno Gomes e/ou Hélder Postiga teriam liberdade de movimentos para percorrer toda a frente de ataque.

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#1 Táctica: Julho 2007

Ordem para comprar

O admirável mundo do mercado de transferências de FC Porto, Sporting e Benfica


Revolução ou renovação

Quando estiver a ler estas linhas, já um dos três grandes portugueses pode ter garantido o concurso daquele craque que faz as delícias dos adeptos. As novidades sucedem-se a um ritmo quase diário e até ao início da competição há sempre mais espaço para uma cara nova. O tema repete-se todos os anos: FC Porto, Sporting e Benfica procuram fortalecer o seu plantel, tornando-se complicado gerir as naturais debilidades orçamentais com a vontade de sócios e simpatizantes. Cada um dos clubes mais representativos do nosso futebol é um caso particular e as elevadas expectativas levam, muitas vezes, a falar-se de revolução ou renovação. À partida, o FC Porto parte com a vantagem da performance anterior e espera-se uma evolução na continuidade. No Sporting, tudo leva a crer que o rumo da aposta na formação é para manter. Já o Benfica encontra-se quase obrigado a fazer melhor do que o 3.º lugar da época anterior, sendo aquele que pode apresentar maior número de entradas e saídas.

A importância dos jogadores-chave

Em linguagem financeira, as Sociedades Anónimas Desportivas consideram as principais figuras de proa como os activos mais valiosos do clube. Paralelamente, o mesmo princípio é utilizado pelos adeptos que preferem, porém, tratar os craques por jogadores-chave.
Portugal não foge à regra: cada uma das equipas que luta pelo título reúne três ou quatro elementos fundamentais que servem de base à espinha-dorsal do colectivo. Alguns desses jogadores confundem-se com a bandeira do clube, sendo a sua permanência para a época vital para a obtenção de títulos. No FC Porto, podemos incluir os nomes de Pepe, Lucho Gonzalez, Anderson e Ricardo Quaresma. Já no Sporting, facilmente se reconhece o papel do guarda-redes Ricardo, o talento de Miguel Veloso e João Moutinho e a classe de Liedson. Por fim, também o Benfica reúne jogadores considerados primordiais para futuras vitórias, como seja o caso de Luisão, Petit, Simão e Miccoli.
Ficar sem os direitos desportivos de um jogador-chave pode representar um bom negócio para o equilíbrio das contas, mas será sempre uma perda difícil de colmatar em termos desportivos.

Definição de um gabinete de prospecção

Cada vez mais, no futebol dito moderno, a competitividade dentro das quatro linhas exige igual sentido profissional quando se trata de descobrir a última pérola. Nos dias de hoje, não basta enviar olheiros para territórios longíquos ou observar meia dúzia de vídeos. A contratação de uma futura estrela implica um trabalho estruturado no tempo, de forma a traçar o perfil técnico, psicológico e físico do jogador que se pretende adquirir.
Em Portugal, mesmo nos grandes, ainda há hábitos antigos que custam a ser ultrapassados e FC Porto, Sporting e Benfica só teriam a ganhar com a criação de um gabinete de prospecção sério e rigoroso. Já se sabe que comprar bom e barato pode revelar-se tarefa difícil de atingir, mas torna-se crucial referenciar vários jogadores por posição, divididos em idades, custo e características.

Atletas a dispensar

Direcção e equipa técnica convergem no mesmo sentido: invariavelmente o plantel necessita de retoques e os ajustamentos passam pela dispensa (ou venda) de jogadores que demoram a adaptar-se ou, pura e simplesmente, ficaram aquém das expectativas.
No campeão, alguns nomes podem figurar da lista de empréstimos: o argentino Lucas Mareque teve poucas oportunidades e tarda em afirmar-se, os jovens André Castro e Vierinha podem ganhar maturidade noutro emblema e, por fim, ainda subsistem dúvidas quanto à continuidade de Alan, Wason Rentería e Bruno Moraes.
Para os lado de Alcochete, Paulo Bento mostra ter convicções fortes e ideias bem definidas: apesar de Ronny ter tido algumas aparições interessantes, foi o defesa menos utilizado. No entanto, é no miolo que as mudanças são mais drásticas, com a saída de Custódio para o Dínamo de Moscovo, a não renovação contratual com Carlos Martins e a fraca aposta em Farnerud e Paredes. Por fim, não se tratando propriamente de dispensa (os jogadores estavam emprestados), facilmente se depreende que Bueño e Alecsandro devem abandonar Alvalade.
Sobra o Benfica e a indefinição não destoa dos seus principais adversários. Desde logo, a partir da baliza, pois Quim foi sempre a primeira escolha de Fernando Santos. Daí para a frente, muitas decisões dependem da vinda de mais um reforço, mas há jogadores com menor margem de manobra, como seja o caso de João Coimbra (adquirir ritmo competitivo), Marco Ferreira (carta fora do baralho?), Manú e Paulo Jorge, só para citar alguns.

Reforços em função do modelo de jogo

Costuma-se dizer que quando se contrata um treinador, contrata-se o seu modelo de jogo. Nos três grandes, grande parte do trabalho já vem da temporada passada e a permanência de Jesualdo Ferreira, Paulo Bento e Fernando Santos garante, à partida, maior aprumo na hora de identificar as principais lacunas da equipa. Muito provavelmente, Sporting e Benfica devem manter a base do seu jogo no 4x4x2, enquanto o FC Porto, desde que mantendo Quaresma, alternará o 4x3x3 com o já citado losango
Deste modo, qualquer um dos treinadores tentará suprir a saída de um elemento valioso, por outro jogador de valor semelhante e equilibrar o plantel para fazer face às várias competições que se avizinham.
Em resumo, a questão dos reforços estará sempre dependente da manutenção, ou não, das principais estrelas. De qualquer forma, há espaço para efectuar alguns retoques, mais que não seja por elementos que prestem rotação à equipa. Vejamos como o mercado pode protagonizar um papel de extrema importância.

Contratações a nível interno

Embora a opção por atletas de clubes nacionais possa revelar um sintoma de menor disponibilidade financeira, não significa que não tenha correspondência nos resultados. Por vezes, o mercado nacional apresenta vantagens que não são de descurar. Por um lado, existe maior facilidade em cativar elementos de emblemas mais modestos e os grandes podem sempre retribuir através de empréstimos ou simples troca de jogadores; por outro lado, a experiência nas competições nacionais elimina o fantasma de eventuais problemas de adaptação, ainda que a dimensão possa representar um obstáculo na mudança.
Um dos bons exemplos desta política de contratações vem do acyual campeão, que tem tradição nesta matéria. Assim, não é de espantar que o lateral esquerdo Lino, proveniente da Académica, seja uma das caras novas, como forma de compensar o menor acerto de Lucas Mareque e a adaptação, ao lugar, de Jorge Fucile.
De seguida, oferecemos alguns exemplos de possíveis contratações a nível interno. Tratam-se de jogadores interessantes, com alguma margem de progressão e potencial para triunfar nos grandes do nosso futebol:

Fernando (U. Leiria)
Idade = 28 anos
Altura = 191 cm
Peso = 89 kg
Valor (aprox.) = 350.000 €
Descrição: guarda-redes equilibrado
Alvo: FC Porto (Vítor Baía abre vaga na baliza) e Benfica (mantém-se dúvida sobre o futuro de Moreira e Moretto)

Mangualde (P. Ferreira)
Idade = 25 anos
Altura = 170 cm
Peso = 69 kg
Valor (aprox.) = 350.000 €
Descrição: lateral direito determinado
Alvo: Sporting (Abel necessita de concorrente directo)

Paulo Jorge (Sp. Braga)
Idade = 26 anos
Altura = 185 cm
Peso = 84 kg
Valor (aprox.) = 1.250.000 €
Descrição: defesa central com capacidade de liderança
Alvo: Benfica (preparar substituição futura de Luisão)

Nivaldo (Belenenses)
Idade = 26 anos
Altura = 187 cm
Peso = 75 kg
Valor (aprox.) = 650.000 €
Descrição: defesa central com bom jogo aéreo
Alvo: FC Porto (eventualidade de Pepe ser transferido)

Antunes (P. Ferreira)
Idade = 20 anos
Altura = 175 cm
Peso = 69 kg
Valor (aprox.) = 400.000 €
Descrição: lateral esquerdo com forte pontapé
Alvo: Sporting (Ronny demora a impor-se e Tello decidiu-se pelo Besiktas)

Ricardo Chaves (Sp. Braga)
Idade = 29 anos
Altura = 180 cm
Peso = 75 kg
Valor (aprox.) = 1.000.000 €
Descrição: médio defensivo trabalhador
Alvo: Sporting (saída de Custódio abre vaga a outro pivot defensivo)

Kazmierczack (Boavista)
Idade = 25 anos
Altura = 191 cm
Peso = 80 kg
Valor (aprox.) = 1.500.000 €
Descrição: médio centro poderoso fisicamente
Alvo: FC Porto (meio-campo necessita de músculo)

José Pedro (Belenenses)
Idade = 28 anos
Altura = 186 cm
Peso = 77 kg
Valor (aprox.) = 1.750.000 €
Descrição: médio centrol criativo
Alvo: Benfica (Rui Costa tem de passar testemunho)

Nei (Naval)
Idade = 27 anos
Altura = 187 cm
Peso = 75 kg
Valor (aprox.) = 1.350.000 €
Descrição: ponta-de-lança oportuno
Alvo: Sporting (poderia ser o companheiro ideal para Liedson)

Roland Linz (Boavista)
Idade = 25 anos
Altura = 185 cm
Peso = 73 kg
Valor (aprox.) = 2.500.000 €
Descrição: ponta-de-lança de remate fácil
Alvo: FC Porto (dupla com Adriano seria temível)

Dady (Belenenses)
Idade = 25 anos
Altura = 191 cm
Peso = 84 kg
Valor (aprox.) = 2.000.000 €
Descrição: ponta-de-lança com virtudes no cabeceamento
Alvo: Benfica (Fernando Santos procura um goleador)

A lista poderia ser mais extensa e outros nomes poderiam ser apontados: Marco (guarda-redes, Belenenses), Lino (lateral esquerdo, Académica – confirmado pelo FC Porto), Bruno Amaro (médio centro, Nacional), Ruben Amorim (médio centro, Belenenses), Tiago Gomes (médio centro, Est. Amadora), Filipe Teixeira (médio ofensivo, Académica), Marcinho (médio ofensivo, Marítimo), Slusarski (ponta-de-lança, U. Leiria).

Investimento em figuras de top: parcerias financeiras

A alternativa orientada para o mercado externo implica alguns riscos acrescidos. Desde logo, em termos puramente monetários, pois é sobejamente conhecida a diminuta capacidade negocial dos principais clubes portugueses. Por sua vez, nem sempre a integração do atleta é pacífica e o jogador demora a assimilar princípios do modelo de jogo e adaptar-se à filosofia do clube.
Na visão dos sócios e simpatizantes dos três grandes, as possíveis contrariedades que foram referidas não fazem qualquer sentido. Nesta fase, o ideal seria que FC Porto, Sporting e Benfica já tivessem apresentado craques como Ronaldinho, Kaká e Drogba, só para citar alguns, mas a realidade é completamente diferente. Lamentavelmente, as grandes figuras mundiais pisam relvados em Espanha, Itália, Inglaterra e trata-se de uma ilusão sequer pensar que Portugal pode competir ao nível do topo da pirâmide. O primeiro nível de mercado implica investimentos avultados e torna-se missão impossível esgrimir forças com orçamentos de equipas como Chelsea, Real Madrid e AC Milan, por exemplo.
A solução passa pela obtenção de parcerias financeiras, onde a aquisição de determinado passe seja realizada, de forma conjunta, com um fundo de investimento. Outra hipótese, muitas vezes perseguida, diz respeito à negociação, com colossos europeus, de jogadores em final de carreira, acima dos trinta anos, em situação de empréstimo.
De tempos a tempos, um dos grandes consegue surpreender com a apresentação de um jogador de reconhecida qualidade, normalmente internacional pelo seu País. Também nesta situação, o factor moda marca presença. Nos finais da década de 80 e inícios de 90, era comum a vinda de jogadores de leste, alguns deles com características técnicas apreciáveis. Depois, a moda estendeu-se ao mercado brasileiro, quer devido às margens de custo, quer devido à relação histórica entre os dois Países. Nos dias que correm, preferencialmente em Inglaterra, França e Alemanha, os jogadores africanos têm ganho o seu espaço e, talvez, a vinda de Marco Zoro, natural da Costa do Marfim, para o Benfica, seja o primeiro passo no sentido de olhar para o mercado africano com outros olhos.
Em suma, os três grandes têm de contornar a menor disponibilidade financeira através da criação de um gabinete profissional que realize uma prospecção bem orientada, com a existência de um conjunto de olheiros de categoria inatacável. A história recente demonstra que FC Porto, Sporting e Benfica não devem ultrapassar o limite máximo (por jogador) de 10 milhões de euros. Actualmente, existe maior consciencialização por parte dos dirigentes e a saúde financeira obriga a alguma contenção. Ainda assim, apresenta-se um conjunto de jogadores que preenchem os requisitos desse patamar orçamental:

Joris Mathijsen (Hamburgo)
Idade = 27 anos
Altura = 182 cm
Peso = 72 kg
Valor (aprox.) = 10.000.000 €
Descrição: defesa central resistente

Fernando Cavenaghi (Bordéus)
Idade = 23 anos
Altura = 181 cm
Peso = 78 kg
Valor (aprox.) = 10.000.000 €
Descrição: ponta-de-lança muito oportuno

Stiliyan Petrov (Aston Villa)
Idade = 27 anos
Altura = 180 cm
Peso = 74 kg
Valor (aprox.) = 9.500.000 €
Descrição: médio centro tecnicista

Cristiano Lucarelli (Livorno)
Idade = 31 anos
Altura = 188 cm
Peso = 85 kg
Valor (aprox.) = 9.000.000 €
Descrição: ponta-de-lança poderoso

Christian Poulsen (Sevilha)
Idade = 27 anos
Altura = 182 cm
Peso = 76 kg
Valor (aprox.) = 9.000.000 €
Descrição: médio defensivo de grande cultura táctica

Victor Obinna (Chievo)
Idade = 20 anos
Altura = 182 cm
Peso = 80 kg
Valor (aprox.) = 8.500.000 €
Descrição: avançado explosivo

Luca Castellazzi (Sampdória)
Idade = 31 anos
Altura = 191 cm
Peso = 86 kg
Valor (aprox.) = 3.000.000 €
Descrição: guarda-redes experiente

Mariano Pernía (Atlético Madrid)
Idade = 30 anos
Altura = 177 cm
Peso = 81 kg
Valor (aprox.) = 6.500.000 €
Descrição: lateral esquerdo de forte remate

Sidi Keita (Lens)
Idade = 22 anos
Altura = 177 cm
Peso = 73 kg
Valor (aprox.) = 5.000.000 €
Descrição: médio centro enérgico

Kim Kallstrom (Lyon)
Idade = 24 anos
Altura = 181 cm
Peso = 79 kg
Valor (aprox.) = 7.500.000 €
Descrição: médio ofensivo talentoso

Formação e política desportiva

Antes de mais, o planeamento da política desportiva deve obedecer a critérios orçamentais rigorosos e ajustados à realidade financeira do clube, sem perder de vista objectivos ligados ao que se passa dentro das quatro linhas.
Existem várias abordagens sobre como operacionalizar uma política desportiva coerente com os valores do clube e diferentes estratégias podem atingir resultados de sucesso. Veja-se o caso do mais recente campeão europeu: o onze titular do AC Milan é constituído, maioritariamente, por jogadores italianos, sendo grande parte da chamada prata da casa. Basta observar a contínua aposta do clube em veteranos como Paolo Maldini, para verificar que a política desportiva milanesa não menospreza os bilhetes de identidade.
Em Portugal, de forma contrária, temos o exemplo flagrante da política seguida pelo Sporting. É sobejamente conhecida a capacidade do clube leonino para formar jogadores de elevada qualidade e se, no passado, reconhecem-se os nomes de Figo, Quaresma, Simão, Cristiano Ronaldo, no presente a Academia de Alcochete continua a produzir talentos como João Moutinho, Miguel Veloso e Bruno Pereirinha. Dos três grandes, o Sporting é, sem dúvida, aquele que orienta a sua política desportiva para uma das suas vertentes mais importantes: a formação.
Vejamos algumas jovens promessas que podem ter a sua oportunidade e que se encontram na rampa de lançamento para a próxima época:

FC Porto

Bura (18 anos)
Altura = 190 cm
Peso = 82 kg
Descrição: defesa central
Pontos fortes: envergadura física

André Castro (19 anos)
Altura = 179 cm
Peso = 75 kg
Descrição: médio defensivo
Pontos fortes: certeza no passe

Vieirinha (21 anos)
Altura = 171 cm
Peso = 66 kg
Descrição: médio ala
Pontos fortes: drible e aceleração
Marcelo Santiago (19 anos)
Altura = 182 cm
Peso = 65 kg
Descrição: ponta-de-lança
Pontos fortes: força e capacidade de impulsão

Sporting

Daniel Carriço (18 anos)
Altura = 180 cm
Peso = 75 kg
Descrição: defesa central
Pontos fortes: marcação

Tiago Pinto (19 anos)
Altura = 176 cm
Peso = 65 kg
Descrição: lateral esquerdo
Pontos fortes: apetência ofensiva

Bruno Pereirinha (19 anos)
Altura = 173 cm
Peso = 68 kg
Descrição: médio
Pontos fortes: versatilidade posicional

Adrien Silva (19 anos)
Altura = 178 cm
Peso = 75 kg
Descrição: médio centro
Pontos fortes: técnica e inteligência

Fábio Paim (19 anos)
Altura = 180 cm
Peso = 75 kg
Descrição: médio ala
Pontos fortes: drible e jogadas de 1x1

Yannick Pupo (19 anos)
Altura = 175 cm
Peso = 72 kg
Descrição: médio ofensivo
Pontos fortes: marcação de bolas paradas

Benfica

Pedro Correia (20 anos)
Altura = 175 cm
Peso = 64 kg
Descrição: lateral direito
Pontos fortes: capacidade de desarme

João Coimbra (21 anos)
Altura = 183 cm
Peso = 82 kg
Descrição: médio
Pontos fortes: concentração competitiva

Kaz Patafta (18 anos)
Altura = 172 cm
Peso = 71 kg
Descrição: médio ofensivo
Pontos fortes: visão de jogo

Yu Dabao (19 anos)
Altura = 185 cm
Peso = 78 kg
Descrição: ponta-de-lança
Pontos fortes: colocação de remate

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