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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

[Liga 2010/11] 7.ª jornada: Vit. Guimarães 1-1 FC Porto

O treinador do FC Porto lançou criticas à actuação de Carlos Xistra no empate (1-1) com o V. Guimarães e pediu à Comissão de Arbitragem da Liga uma análise à actuação do árbitro de Castelo Branco.

«Fico frustrado pela forma que acontece este resultado. Agora será a nossa vez de pedir justiça porque é a segunda vez que há arbitragem escandalosa na Cidade Berço.» Qual justiça? Estaria a falar disto? Em seis capítulos?

«Foi um jogo controlado pelo FC Porto. Houve poucas oportunidades do V. Guimarães e muitas do FC Porto. O empate acabou por deixar a equipa intranquila e penso que sem a expulsão do Fucile teríamos chegado ao 2-1.»

Não, meu caro Villas-Boas. Está redondamente enganado. O Porto não venceu por duas ordens de razões: a primeira (mais importante), porque o árbitro (aleluia!) teve uma actuação imparcial; a segunda (menos relevante nessa espécie de organização), porque o comando técnico desta noite pôs em evidência a intrujice futebolística que o meu caro representa. Ora, acompanhem-me...

Fraude n.º 1: aos 68' minutos, com o resultado empatado 1-1, Villas-Boas prescinde de Belluschi, um médio criativo, entrando para o seu lugar Guarín, um "todo-o-terreno" de vocação defensiva.

Fraude n.º 2: aos 77' minutos, depois de glorificado o erro anterior, Villas-Boas retira a "formiguinha" João Moutinho, por troca com Ruben Micael, o tal médio com superior imaginação atacante.

Fraude n.º 3: aos 79' minutos, Fucile é admoestado com o segundo cartão amarelo e consequente ordem de expulsão. Análise do autor em três pontos: (i) aos 38' minutos, o defesa uruguaio foi sancionado com a primeira cartolina amarilla; (ii) aos 64' minutos, no lance do golo marcado por Faouzi, a referida avantesma deixa-se ludibriar posicionalmente pelo adversário; e, (iii) a combatividade do atleta em questão é inversamente proporcional à sua inteligência táctica. Resumindo: Fucile é um jogador estúpido; Villas-Boas é um técnico pouco clarividente.

Fraude n.º 4: aos 80' minutos, Villas-Boas perde a cabeça a reclamar com o árbitro Carlos Xistra e é expulso do banco de suplentes. Ao perder a compostura, o jovem treinador demonstra incapacidade para tornear obstáculos e dificuldade em lidar com a pressão do resultado.

Conclusão: é o Benfica que está a sete pontos do líder, mas é Villas-Boas que, do alto de seu pedestal (leia-se auto-convencimento), acaba por prejudicar a equipa com as suas (discutíveis) decisões, finalizando a sua deplorável actuação ao "chorar" como uma criança...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

[Liga 2010/11] 4.ª jornada: Vit. Guimarães 2-1 SL Benfica

Crónica do jogo? Vamos a isso. 22' Martins isola Saviola, mas é assinalado fora-de-jogo. Má decisão, pois o argentino estava atrás do defesa vimaranense aquando do passe. 36' Aimar cai na área na sequência de um lance com Ricardo. Olegário Benquerença manda seguir a partida. 50' Carlos Martins é derrubado por João Alves, num lance que parece ser já dentro da grande área. O árbitro nada assinala. 57' Golo mal anulado a Cardozo, que estava em situação legal na altura do passe de um colega de equipa. Cartões amarelos para Carlos Martins, Javi García, Gaitán, Maxi Pereira, Cardozo, David Luiz e Luisão. Homem do jogo: Olegário Benquerença.

O futebol português é admirável. Ainda na cidade do Porto, antes da partida e a caminho de Guimarães, a viagem não foi nada pacífica: o autocarro da comitiva encarnada foi atingido com pedras e um dos vidros do lado direito partido. A polícia que acompanhava o autocarro disparou balas de borracha na direcção dos agressores. Está mais que visto que Portugal tem a sua faixa de Gaza de estimação, onde bolas de golfe convivem amigavelmente com largas centenas de 'calhaus' repletos de instintos criminosos. Um punhado de terra sem lei, onde deveria existir uma tabuleta a informar: bem-vindo, você encontra-se fora da União Europeia. O futebol português é uma vergonha.

O futebol português é, também, assombroso. Na Federação Portuguesa de Futebol, o elo mais fraco (Carlos Queiroz) acabou por ser 'despachado' graças a uma série de acontecimentos excessivamente empolados e politizados. Não está em causa a competência técnica do seleccionador nacional. O que está em causa é que, uma vez mais, o treinador leva com as culpas e o presidente em funções desde o tempo do homem de Neandertal sai incólume de toda a trapalhada. O 'circo' esteve montado durante semanas e, tal como em 2002, o 'palhaço' duvida, hesita e vacila, mas na hora da verdade safa-se com um malabarismo capaz de fazer inveja aos invertebrados. Sobre a personagem, não são conhecidas aptidões especiais que levem à gratulação de académicos, intelectuais, colegas de profissão (piada) ou público em geral. Gilberto Madaíl destaca-se, somente, em duas actividades de perigosa destreza mental: (i) atribuir responsabilidades a outrém; e, (ii) recitar de cor a 'posologia' do single malt escocês. O futebol português é uma vergonha.

De facto, o futebol português é sublime. Voltemos ao início do tema. Nos relvados espalhados pelo país não se vêem porcos a andar de bicicleta, embora hoje em Guimarães tenham existido avistamentos de um bovino, arraçado de caprino, vestido de preto e com um apito pendurado na boca. Desenganem-se: não é de agora. Desde que o Petit enfiou a bola dentro da baliza do Hezbollah azul e branco que este 'animal' merecia um grupo de forcados à altura da sua bestialidade. A arbitragem desta noite do bovino, arraçado de caprino, é um magnífico exemplo da imundície acumulada, que cheira mal e deixa rasto. O futebol português é uma merda!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Aos benfiquistas...

Escassez de tempo. Não confundir com ausência de motivação, após a derrota caseira frente ao Vitória. Ao menos, o distanciamento destes últimos dias serviu para acompanhar o crescimento do tom crítico e para que os habituais 'profetas' da desgraça viessem vociferar a sua razão. Assumo, desde já, a minha discordância face aos argumentos utilizados por vários 'notáveis'. Exemplo claro passou-se no Trio D’Ataque quando a moderação teve a amabilidade de ler um email, por mim enviado, o qual resume a minha opinião e que faço questão de transcrever:

Exmos. Senhores,

Chamo-me Ricardo Gil Cunha, tenho trinta e quatro anos e escrevo desde Lisboa. Aproveito para cumprimentar o painel habitual e felicitar a moderação pela qualidade do programa.

Sou o sócio n.º 25.998 do Sport Lisboa e Benfica e discordo do tom crítico do meu consócio António-Pedro Vasconcelos, apesar de respeitar a opinião de alguém com tantos anos de mística. Relativamente à situação actual do nosso emblema, especialmente quanto ao desempenho de Quique Flores, é certo que a estabilidade e prudência não devem obstar a um sentimento de ambição e exigência. Também não me conformo com a falta de títulos! Todavia, sou avesso a constantes revoluções e um ciclo de dois anos deve ser a regra para se avaliar um projecto sustentado à volta de um director desportivo, treinador e respectiva equipa de futebol.

Antecipadamente grato pela atenção, despeço-me com os melhores cumprimentos.

Ricardo Gil Cunha


Em primeiro lugar, convém afirmar que nem sempre concordo com as opções de Quique Flores e, por diversas vezes, critiquei a forma como o treinador espanhol efectua a abordagem estratégica de determinadas partidas. No entanto, ao contrário daqueles que exasperaram com a substituição de Cardozo por Nuno Gomes rejeito os assobios associados à escolha.
Embora uma franja considerável de adeptos suspire pela coexistência de dois avançados, tal não representa condição essencial para a prática de bom futebol e consequente marcação de golos. O quarteto mais recuado do Vitória estava a actuar num bloco baixo, com o ponta-de-lança paraguaio 'enjaulado' entre os centrais, sendo imperioso alterar a dinâmica de movimentos e descobrir outros canais de penetração, de forma a brindar o adversário com novos desafios posicionais. Com a manutenção do duplo pivot, no centro do terreno, a equipa podia: (i) adiantar a linha defensiva; (ii) soltar os laterais para acções atacantes; (iii) recuperar a bola mais facilmente, aguentando a sua posse; e, (iv) potenciar a mobilidade e capacidade de improviso dos homens da frente.
Nem sempre maior presença física na área contrária é sinónimo de mais e melhores oportunidades de golo. De que servem dois avançados, quando a linha defensiva demonstra incapacidade para ultrapassar a linha de meio-campo e lentidão para recuperar, ao mesmo tempo que a equipa revela dificuldades acrescidas para contornar a superioridade numérica do oponente na zona nevrálgica do terreno?
Há exemplos que explicam esta posição: lembro que Ibrahimovic é uma 'ilha' no meio de defesas italianos, o Liverpool tem o hábito de jogar em 4x5x1, com Torres sozinho na frente e também Ferguson já experimentou a mesma fórmula, isolando Berbatov e deixando Rooney no banco. Sem deixar o tema de lado, a propósito da final da Taça Carlsberg, António-Pedro Vasconcelos avançou com o seguinte onze: Quim, Maxi, Luisão, Sidnei, David Luiz (Jorge Ribeiro?), Katsouranis, Reyes (esquerda), Aimar (centro), Suazo (direita), Nuno Gomes e Cardozo. Agradeço que alguém me explique onde está o equilíbrio de uma equipa quando cinco jogadores apresentam, claramente, características ofensivas? Lamento dizer isto, mas grande parte do 3.º anel não prima pelo acerto táctico. A forma de ver futebol ficou parada na década de 60. Infelizmente, para todos nós, Eusébio já não pisa os relvados nacionais.

Quanto ao debate sobre a continuidade de Quique Flores, gostaria de tecer algumas considerações. Vou tentar ser breve, para não repetir-me e maçar os leitores. A derrota frente ao Vitória não alterou, substancialmente, a minha apreciação sobre a competência técnica do treinador encarnado. Para os mais desconhecedores, sugiro a leitura de vários artigos que fui escrevendo ao longo da época. Podem ser encontrados na barra lateral direita.
Por razões anteriomente discutidas, fui bastante crítico da política desportiva seguida por Filipe Vieira, mas retenho confiança infinita na aptidão e orientação de Rui Costa. Do passado recente, podemos retirar importantes ensinamentos: o jejum de títulos não se resolve com tomadas de posição precipitadas. Por outras palavras, insistir num ciclo de 'revoluções' baseadas na rotatividade anual de uma equipa técnica, com as consequentes entradas e saídas de jogadores, não parece ser uma solução que traga resultados.
Assim, esperemos pelo final da época para retirarmos as devidas ilações. Salvo situações especiais, de natureza pessoal e profissional, ou perante um evidente insucesso face aos objectivos iniciais, dou clara preferência à continuidade de Quique Flores. Conto com a máxima ponderação, por parte da Direcção da SAD. Por muito que custe a António-Pedro Vasconcelos, não creio que Fernando Santos mereça uma segunda oportunidade. Lamento que deixe de ir à Luz ver o seu (nosso) Benfica, colocando em causa, inclusive, a interrupção do pagamento de cinco quotas. Infelizmente, seguindo o mesmo discurso lamurioso, também me posso queixar da 'pseudo' representação do clube nos principais programas televisivos sobre futebol.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

[Taça da Liga] V. Guimarães 0-2 SL Benfica

Quanto à partida, não me vou alongar demasiado. Foi perceptível a diferença na atitude dos jogadores, para melhor, conjugada com elevados índices de concentração e solidariedade defensiva. É verdade que ajudou o facto do golo ter aparecido cedo. Porém, a equipa teve um comportamento táctico digno de registo e transmitiu, quase sempre, tranquilidade a quem seguia o jogo. Em resumo: a performance colectiva esteve longe de ser brilhante, até porque na 2.ª parte a equipa chegou, praticamente, a abdicar do ataque, mas há que realçar o acerto posicional e a agressividade imposta nas transições defensivas. Ficou patente que, por vezes, mais vale evitar o uso excessivo do futebol directo e, ao invés, privilegiar uma posse de bola segura que permita um maior controlo dos acontecimentos.

Para finalizar, gostaria de dedicar este parágrafo a Miguel Vítor. Curiosamente, o jovem formado nas escolas do Benfica foi o único jogador português a constar da lista inicial do onze titular. Até Carlos Carvalhal, que comentava as incidências da partida, referiu-se à sua actuação (personalizada) em tom elogioso. Não podia estar mais de acordo. Apesar de um ou outro erro, sem consequências de maior, que bela exibição fez o 'míudo': muito concentrado e determinado, raramente perdeu lances divididos e revelou enorme disponibilidade para "varrer" a sua área de jurisdição. Congratulo-me por verificar que um jogador formado na Luz vai conquistando o seu espaço, ganhando a confiança de colegas, o respeito de adversários e a admiração do mundo do futebol. Embora haja quem pense o contrário, sou da opinião que a construção da mística passa muito pela aposta e crescimento de jogadores umbilicamente ligados ao clube que representam. Para os mais puristas, em questão de números, vale a pena observar a sua estatística pessoal, referente à época em curso.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

[bwin Liga] Lugar de acesso directo à Champions League

Após o término da 24.ª jornada, os Vitórias - Futebol e Sport Clube - continuam a manter acesa a chama da esperança no lugar que dá acesso directo à Champions League. A classificação actual ilustra esse desejo: Sl Benfica e V. Guimarães, 44 pontos; V. Setúbal e Sporting, 41 pontos.
Na 2.ª circular mora a desconfiança, enquanto em Setúbal e Guimarães reside o apoio e paixão incondicional de uma cidade que deseja colocar o seu nome na história do futebol português. Faltam seis finais para Carlos Carvalhal e Manuel Cajuda verem o sonho realizado.
De seguida, irei analisar o calendário de cada uma das equipas mencionadas, apresentando prognósticos à la Totobola e reflectindo sobre hipóteses pontuais e cenários, mais ou menos, optimistas. De referir que os graus de dificuldade foram definidos de acordo com a qualidade do adversário, o local (casa ou fora) do encontro e o lugar na tabela classificativa.

O momento conturbado vivido pelo Boavista não implica que a deslocação ao Bessa seja isenta de dificuldades. Contudo, o teste mais exigente fica para os lados do Dragão. Apesar do resultado ser passível de tripla, um ponto conquistado pode ser considerado como um mal menor. De qualquer modo, para o bem ou para o mal, pode estar na Luz a decisão, sendo fundamental a vitória frente a Belenenses e V. Setúbal.

Previsão pontual: entre 16 e 11 pontos conquistados

Se o Benfica visita o Bessa, o V. Guimarães também não pode esperar noventa minutos fáceis na Mata Real, pois o Paços de Ferreira ainda procura os pontos que garantam a manutenção. A recepção ao Boavista apresenta, igualmente, um grau de dificuldade médio, mas são as duas partidas seguintes que podem definir a performance de Manuel Cajuda. Caso a decisão fique para a última jornada, o Est. Amadora não parece ter argumentos para contrariar o favoritismo de vimaranenses.

Previsão pontual: entre 14 e 9 pontos conquistados

O V. Setúbal tem-se revelado, a par do outro Vitória, uma das maiores revelações da temporada 2007/08. No entanto, convém lembrar que o vencedor da Carlsberg Cup ainda tem pretensões na Taça de Portugal e, como tal, a principal dúvida reside no esforço final que será exigido a uma equipa já de si explorada até ao limite. Os confrontos com FC Porto e Belenenses representam dificuldade elevada, mas o desfecho pode estar marcado para o Estádio da Luz, precisamente na última jornada.

Previsão pontual: entre 12 e 7 pontos conquistados

Teoricamente, é notório que o Sporting apresenta o calendário mais favorável. Porém, na presente época, os comandados de Paulo Bento não têm primado pela regularidade. A deslocação à Mata Real não costuma trazer boas recordações e, de visita a Alvalade, Sp. Braga, Marítimo e Boavista podem ter pretensões de atingir um lugar de acesso à Taça Uefa.

Previsão pontual: entre 16 e 11 pontos conquistados

O futebol é fértil em surpresas. Nada garante que os históricos vizinhos da 2.ª circular consigam o sprint final. Os Vitórias também já provaram que têm uma palavra a dizer. Na época anterior, o título resolveu-se na última jornada. Na presente temporada, o cenário pode ser idêntico para definir qual deste quarteto conseguirá o lugar de acesso directo à Champions League. Aposto numa batalha feita minuto a minuto.

[Classificação final] pontos totais/pontos conquistados

SL Benfica - 57 / 13
V. Guimarães - 56 / 12
Sporting CP - 55 / 14
V. Setúbal - 51 / 10

sábado, 15 de março de 2008

#1 Ao Raio-X: Vitória de Guimarães

Renascimento da cidade berço


Direcção estável. Equipa técnica competente. Plantel formado por jogadores de qualidade. Massa associativa fiel e apaixonada. Uma cidade que ama, incondicionalmente, o seu clube.


História de prestígio

Na cidade que viu nascer Portugal, o Estádio D. Afonso Henriques liga as memórias da história com o orgulho do presente. Reduto de vimaranenses, afonsinos ou conquistadores, palco do Vitória Sport Clube, também conhecido como Vitória de Guimarães, ali mora o monumento de um futuro que se espera brilhante.
Determinado em prosseguir essa história e acrescentar-lhe novos capítulos de sucesso, o Vitória Sport Clube procura hoje um projecto de renovada ambição, tendo como principal suporte a fidelidade e apoio dos seus muitos associados e adeptos. Conseguirá a cidade de Guimarães voltar a fazer história?

O conquistador do séc. XXI

Para escrever o currículo desportivo de Manuel Cajuda seriam precisas páginas e páginas de papel A4. São 25 anos de carreira e 430 jogos na divisão principal do futebol português, feito que engrandece o percurso de um homem que ousa disputar os lugares de inspiração olímpica.
Por trás de uma máscara exibicionista, esconde-se um treinador competente capaz de aliar teorias do futebol moderno a uma vivência prática de muitos anos. De postura algo polémica e discurso desafiante, o seu modelo de jogo assenta num 4x2x3x1, mas em determinadas circunstâncias existe a sabedoria táctica para procurar esquemas alternativos.
Depois de uma passagem elogiada em Braga, rival minhoto do V. Guimarães, o desafio actual será elevar a fasquia de um clube que deseja intrometer-se na zona das medalhas. A tarefa não se afigura fácil, mas a esperança vive no espírito de conquista de Manuel Cajuda, como se levasse nas mãos a espada do rei fundador.

Artistas do futebol espectáculo

Se o Estádio D. Afonso Henriques fosse uma sala de cinema, o relvado representaria um ecrã panorâmico 16x9 e aos jogadores estaria destinado o protagonismo de um belo filme de futebol.
Aliás, mais importante do que a táctica, vista de forma estática, merece destaque a qualidade técnica de algumas individualidades. Manuel Cajuda soube conciliar a ordem com a mobilidade e improviso dos maiores talentos, respeitando a imagem de um clube habituado à prática de bom futebol.
Como seria de esperar, o "sucesso de bilheteira" tem mais hipóteses de ser atingido quando na presença de óptimos executantes. No sector mais recuado, Geromel distingue-se pela forma como pisa o tapete verde e passeia a sua classe com a bola nos pés. Adivinha-se uma carreira promissora.
Na zona intermediária, graças à liderança de Flávio Meireles, outros talentos encontram espaço para soltar o seu futebol: João Alves, Desmarets e Fajardo, jogador dinâmico e talhado para desequilibrar em qualquer metro quadrado de terreno.
No ataque, o melhor marcador dá pelo nome de Miljan Mrdakovic. Em seu auxílio, referência positiva para Alan e menção honrosa para o argelino Ghilas, vindo do Cannes, uma das supresas da bwin Liga.

O pentágono reforçado por dois quadrados

Quando Manuel Cajuda afirma que o V. Guimarães não tem modelo de jogo, poder-se-ia pensar que o menor enfoque nas questões tácticas revela algum tipo de desconhecimento ou preconceito. Todo o contrário. O diagnóstico desse discurso humorístico aponta para uma forma irónica de gerir "mind games", como se houvesse um especial prazer em provocar momentos de ilusão.
A verdade é que o treinador algarvio aprecia jogos de estratégia e manuseia habilmente diversos conceitos de geometria. A sua forma de jogar assenta, preferencialmente, no 4x2x3x1 como esquema habitual:

A disposição dos jogadores segue predicados posicionais, obedecendo a uma ideia de esqueleto central como forma de garantir equilíbrio entre os vários sectores. Porém, na prática, são as diferentes dinâmicas individuais e colectivas que dão colorido e movimento ao modelo.
No V. Guimarães, é normalmente o trio da zona de construção que oferece essa imprevisibilidade. A imagem seguinte representa o exemplo dessa metamorfose:

Precisamente uma das razões do sucesso deste V. Guimarães prende-se com a facilidade dos jogadores dominarem grande parte dos princípios de jogo associados ao sistema principal, abrindo a possibilidade da equipa aceitar "nuances" estratégicas ou enraizar novas variantes tácticas.
O esquema seguinte ilustra um claro exemplo dessa maleabilidade táctica, pois a polivalência e versatilidade dos centrocampistas permite construir a figura geométrica do losango:

Consolidação como 4.º grande

Para além dos normais candidatos ao título, apenas Belenenses, em 1945/46 e Boavista, na época 2000/01, conseguiram alcançar o troféu mais apetecido. Juntamente com Académica, Sp. Braga e V. Setúbal, por exemplo, o V. Guimarães faz parte daqueles clubes que entusiasmaram gerações de adeptos e marcaram um período de maior fulgor na história.
Na presente temporada, o Vitória Sport Clube tem dado passos certos no caminho da visibilidade, mas as derrotas recentes na bwin Liga, frente a Benfica e Nacional, vieram quebrar o sonho da champions league. Para suplantar o degrau da maturidade, falta controlar melhor a ansiedade e saber lidar com a pressão. Só assim será possível transformar o sonho de crescimento em realidade.

sábado, 1 de março de 2008

[Antevisão] Ao Raio-X: Vitória de Guimarães

Desde Novembro de 2006 que tenho vindo a colaborar, de forma mais ou menos periódica, com a revista Futebolista, nomeadamente na elaboração da rubrica Onze do Mês e na secção Táctica. Do lado direito do blogue, junto à imagem da revista, podem consultar todas as crónicas até agora publicadas.
Recentemente, surgiu o convite para participar numa nova secção intitulada Ao Raio-X, tendo liberdade para escolher o clube a analisar. Por diversas razões, a minha opção recaíu sobre o Vitória de Guimarães e informo que a edição referente ao mês de Março já se encontra à venda. Para aguçar o apetite, aqui fica um breve excerto daquilo que podem ler:

História de prestígio

"Na cidade que viu nascer Portugal, o Estádio D. Afonso Henriques liga as memórias da história com o orgulho do presente. Reduto de vimaranenses, afonsinos ou conquistadores, palco do Vitória Sport Clube, também conhecido como Vitória de Guimarães, ali mora o monumento de um futuro que se espera brilhante.
Determinado em prosseguir essa história e acrescentar-lhe novos capítulos de sucesso, o Vitória Sport Clube procura hoje um projecto de renovada ambição, tendo como principal suporte a fidelidade e apoio dos seus muitos associados e adeptos. Conseguirá a cidade de Guimarães voltar a fazer história"?

Capítulos seguintes:

O conquistador do séc. XXI
Artistas do futebol espectáculo
O pentágono reforçado por dois quadrados (ilustrado com imagens que retratam o modelo de jogo)
Consolidação como 4.º grande

Para finalizar, comunico mais motivos de interesse:

A tripla dúvida - Ronaldo entre Madrid, Barcelona e Manchester
Cardozo & Makukula: As novas torres da Luz
Raul Meireles - Entrevista Exclusiva
Galácticos - Casillas, o guardião do templo
Diego e Ribéry: Os ‘kaisers’ da Bundesliga