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quinta-feira, 19 de março de 2009

Resposta de António-Pedro Vasconcelos

Como resultado do meu contacto para o programa 'Trio D'Ataque', o conhecido cineasta, produtor, argumentista, colunista, professor, entre o desempenho de outras actividades de cariz cultural, respondeu à minha interpelação de terça-feira à noite. Sinceramente, nunca esperei que a minha reflexão escrita produzisse efeitos palpáveis. Todavia, hoje de manhã, ao chegar ao emprego, fiquei deveras surpreendido quando abri o endereço de correio electrónico.
Exige o meu bom senso que afirme o seguinte: apesar do artigo anterior deixar implícito um tom mais crítico, nada me move contra António-Pedro Vasconcelos. Trata-se de uma pessoa respeitável, com gostos que partilho (livros e vinhos, por exemplo) e com uma postura humana e social que não me atrevo sequer a contestar. Provavelmente pelo facto de dar manifesta importância aos aspectos positivos da sua personalidade é que me sinto 'ferido' pela prática da crítica constante e exacerbada, não dando o benefício da dúvida ao projecto encetado por Rui Costa. Já quanto ao desempenho do presidente, parece-me que estamos em clara sintonia.
Sendo assim, espero que o visado no título desta entrada não se importe que disponibilize publicamente a sua resposta. Penso que não cumpre requisitos de confidencialidade e só vem corroborar a opinião transmitida diversas vezes no programa 'Trio D'Ataque'. Contudo, caso o solicite, não hesitarei em retirar o texto que se segue:

"Caro amigo e consócio.
Também concordo consigo sobre a necessidade de estabilidade no Benfica, mas isso não pode ser pretexto para perpetuar a asneira e o desperdício. Ao dispensar Fernando Santos, à primeira jornada, ele que tinha feito uma época extraordinária para os jogadores de que dispunha, a quem foram tirados trunfos essenciais (Simão, Miccoli, Karagounis, Manuel Fernandes) em plena preparação, que pôs o Benfica, finalmente, a jogar num modelo de jogo ganhador; e ao portar-se de maneira indigna com Veiga, que revelou ser um director desportivo com espírito ganhador e um grande benfiquista, ao contrário do Presidente que nunca na vida foi benfiquista, foi Vieira quem criou instabilidade: O Benfica, com Veiga e Trapatoni e sem equipa, tinha ganho um campeonato, com Veiga e Koeman (um péssimo treinador, que desprezou o campeonato para se concentrar na Champions, que lhe dava maior visibilidade), fomos aos quartos de final da Champions, com Veiga e Santos e sem jogadores, disputámos o campeonato até à última jornada e fomos aos quartos de final da UEFA, sem Luisão e sem Simão. Daí em diante tem sido o descalabro. O que vamos fazer? Em nome da estabilidade deixar que se delapide financeiramente o clube e que o Glorioso se afunde num pântano de derrotas humilhantes e num ciclo de decadência irreparável? Não. É preciso dispensar o Quique com justa causa, exigir eleições antecipadas para que a nova época, para quem ganhar em Outubro, não esteja comprometida por esta direcção, esperar que apareçam benfiquistas sérios, competentes e que não se sirvam do clube para se promover. Se for o Vieira, que os benfiqusitas não lhe deêm um novo cheque em branco, obrigando-o desta vez a fazer as escolhas certas para o clube e para a SAD, para o futebol e para as outras modalidades.
Saudações benfiquistas,
A-PV"

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Quique, Quim e a (Q)ontestação

O quê? Contestação ao projecto de futebol preconizado por Quique Flores. Quando? Ontem, dia 2 de Dezembro. Onde? No programa Trio D'Ataque.

António-Pedro Vasconcelos, cineasta, produtor, argumentista, colunista, professor, entre o desempenho de outras actividades de cariz cultural, é presença regular na televisão como comentador desportivo. Na qualidade de sócio do Benfica, a sua conduta pauta-se por elevada correcção na defesa intransigente dos interesses do clube. Tenho o hábito de ouvir as suas opiniões, com o máximo de atenção, até porque os seus 69 anos de idade chegariam para o dito senhor me relatar estórias e episódios que fizeram a história do nosso clube. No entanto, por vezes, o conhecido comentador tem o estranho hábito de enveredar por delírios futebolísticos francamente questionáveis. Ontem, foi um desses casos.

O objectivo deste post vai para além da simples pretensão pessoal na esgrima de argumentos. Manifestamente, não me cabe a mim interpretar o papel de contraditório. A minha estupefacção prende-se com o 'timing' e o tom demasiado assertivo com que António-Pedro Vasconcelos teceu uma série de considerações críticas, direccionadas para a figura do treinador espanhol. Neste aspecto, louve-se a coerência que sempre manifestou desde o início de época. Porém, do 'sumo' retirado do vasto discurso, não posso deixar de sublinhar que a maioria das palavras soam precipitadas e, porventura, injustas. Relativamente às inúmeras ligas nacionais, recordo que o Benfica mantém-se como a única equipa europeia invicta. Lembro, também, que FC Porto e Sporting já perderam com o Leixões, diante dos seus adeptos, e nem por isso se colocou em causa todo o projecto do futebol. Assim, espanta-me que o representante de quase seis milhões de adeptos opte por desenvolver apreciações tácticas facilmente susceptíveis de serem contrariadas e, semana após semana, mantenha a insistência em alterar avaliações individuais em função da performance exibicional de determinado jogador. Para piorar, prosseguir na crença chamada Fernando Santos já me parece indecoroso e recuso-me a perder tempo a escrever sobre alguém que colecciona segundas posições. Em termos comparativos, este triste protagonista só pode resultar de um 'casting' infeliz.

Gostaria de terminar com uma questão dirigida a António-Pedro Vasconcelos, a qual os leitores podem (e devem) opinar: no seu entender, a opção por Quique Flores revelou-se um erro crasso e Rui Costa deve repensar a planificação desportiva, quiçá substituindo o treinador na fase do 'mercado' de Inverno? Sabendo que, num passado não muito distante, foi apologista de uma solução 'Chalana', quase que apostaria que estaria disposto a considerar essa hipótese. Nada mais errado. Espero que não seja um simples empate caseiro a hipotecar a construção dos alicerces de um Benfica de futuro. Sou contra qualquer tentativa, ainda que ténue, de retrocesso do caminho traçado até ao momento presente. Bem sei que a tarefa não se afigura fácil. Para o Benfica, no relvado. Para António-Pedro Vasconcelos, ao ser acompanhado por milhares de telespectadores. É essa a sua enorme responsabilidade: representar o clube e, ao mesmo tempo, 'falar' para cada um dos adeptos que o escutam. Congratulo-me com os níveis de coerência, lucidez e rectidão de comportamento, mas definitivamente peço-lhe menor ligeireza e precipitação na assumpção da crítica destrutiva. Para 'fogueiras', bastam aquelas que a imprensa desportiva adora acender.