segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

[Liga 2010/11] 21.ª jornada: SL Benfica 2-1 Marítimo

Quando ouço (só a espaços me atrevo a dialogar) benfiquistas mais velhos contarem episódios gloriosos do passado, principalmente na década de 60, há sempre um denominador comum nas grandes vitórias, nas maiores conquistas: mística. Não existe uma definição 100% certa, na medida em que cada um sente a palavra de maneira diferente. Para mim, o mais próximo de mística é 'nunca desistir e lutar sempre, até ao último minuto, até ao último folêgo, pela vitória. Foi assim que aprendi o clube com os mais velhos: o Benfica nunca se ajoelha perante as adversidades, nunca desiste até à última gota de suor ser derramada.

Creio que foi imbuído deste espírito que a popular expressão 'quinze minutos à Benfica' se celebrizou. São inúmeras as partidas em que uma derrota esperada se transformou numa vitória efusivamente festejada. Ontem, frente ao Marítimo, aquelas camisolas vermelhas honraram as 'papoilas saltitantes do passado', numa das vitórias mais saborosas da época. Provavelmente, a mais desejada no momento, em face das circunstâncias do próprio jogo. Depois, o golo de Fábio Conentrão não foi comemorado. Foi arrebatadoramente gritado a plenos pulmões, partilhado com cerca de 55 mil almas benfiquistas, num misto de euforia e loucura colectiva.

Só para terminar, dizer que a vitória de ontem não teve minimamente nada que ver com técnica, muito menos com táctica (os minutos finais foram em 4x1x5 ou 2x3x5 clássico?), mas sim com uma conexão harmoniosa entre adeptos nas bancadas e jogadores no relvado. Há algo de quase sobrenatural naquela energia encarnada que nos alucina e entontece. Uma vibração cósmica com sentido único. O caminho da baliza. Sim, ontem a mística deu-nos o prazer de aparecer e encher os nossos corações de alegria e orgulho. Uma vitória à Benfica!

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