quarta-feira, 30 de abril de 2008

[Champions League 1/2] Man Utd 1-0 Barcelona

Mais do que o confronto entre o futebol inglês e espanhol, a expectativa residia sob o desafio entre Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Qual deles seria mais brilhante, ao ponto de alcançar a tão ambicionada final? O português caminha, a passos largos, para a consagração como o melhor do mundo, mas foi um inglês a resolver a contenda: Paul Scholes, 33 anos, nacionalidade inglesa, 16.ª época ao serviço do Manchester United. O golo foi absolutamente fantástico e...decisivo.
Curiosamente, o remate certeiro do experiente médio cenoura representa o único elo de ligação com o típico futebol protagonizado por Manchester United. O momento da noite, ao minuto 13, foi 100% inglês: no remate de meia-distância, na naturalidade do autor, nos festejos dos adeptos. De resto...bem, qualquer semelhança com o futebol inglês é pura coincidência. É a italianização do futebol.
Quem observou a forma como o Manchester se comportou neste duplo confronto com o Barcelona, não pode ter deixado de reparar no tacticismo revelado por Alex Ferguson. Desenganem-se aqueles que esperavam um tipo de futebol vistoso e espectacular, feito de posse e constante pressão alta, orientado para um ataque sem tréguas. Nada disso. O Manchester, na figura do seu treindor, entendeu que para fazer parte da história é mais importante dominar os equilíbrios colectivos do que propriamente dominar o jogo. Recordam-se da forma cínica como a equipa inglesa jogou no Olímpico de Roma?
Bem sei que a final, a disputar em Moscovo, será entre dois clubes ingleses. Mas, será suficiente para afirmar que o futebol britânico domina a Europa? Sim e não. Obviamente, que são os clubes ingleses que merecem os mais rasgados elogios, mas convém não esquecer que o melhor jogador do United é português, o treinador do Liverpool é espanhol e os plantéis incluem línguas e culturas dos mais variados pontos do globo. Até o futebol é diferente. Mais continental, como é costume afirmar. Por outras palavras, o futebol inglês, para evoluir e lutar por troféus, teve de renegar parte da sua identidade e tornar-se mais latino. O tema merece reflexão e daria um bom motivo de conversa.
Para finalizar, mais um dado estatístico: nas eliminatórias frente a Roma e Barcelona, o Manchester não sofreu qualquer golo. Foram 4 partidas com as redes invioláveis. Será que o receio de perder sobrepõe-se à vontade de vencer?

1 comentário:

António Pista disse...

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