segunda-feira, 16 de junho de 2008

[Euro'2008] Grupo A: Portugal 0-2 Suiça

Revolução lusitana

Com tudo já decidido, os dois seleccionadores optaram por fazer várias alterações nos respectivos conjuntos relativamente aos embates da segunda jornada. Jakob Kuhn, que se despedia do comando técnico dos helvéticos, trocou o guarda-redes Diego Benaglio por Pascal Zuberbühler e ainda Tranquillo Barnetta por Johan Vonlanthen. Já Luiz Felipe Scolari foi mais radical, tendo apenas mantido Ricardo, Pepe e Paulo Ferreira entre os titulares. Assim, Miguel, Bruno Alves, Miguel Veloso, Raul Meireles, Fernando Meira, Nani, Ricardo Quaresma e Hélder Postiga foram titulares pela primeira vez na prova, sendo que Miguel, Bruno Alves, Miguel Veloso e Hélder Postiga cumpriram os seus primeiros minutos na competição.


Bis de Yakin
Inler ainda fez a bola beijar o poste direito da baliza de Ricardo e, numa altura em que a Suíça dominava, Scolari lançou João Moutinho em campo, por forma a tentar controlar o meio-campo, mas, na jogada seguinte, os suíços conseguiram, finalmente, o golo, com uma tabela de Eren Derdiyok a deixar Yakin isolado perante Ricardo e a rematar por entre as pernas do guardião luso. Entretanto, a entrada de Hugo Almeida nada trouxe de novo à selecção portuguesa, que viria a sofrer novo golo, aos 83 minutos, de novo da autoria de Yakin, desta vez de grande penalidade, a punir falta do capitão Meira sobre Barnetta. Para a Suíça e o seu seleccionador, foi a melhor despedida possível.


Pontuação (de 1 a 10 ) e análise Catenaccio:

Ricardo (7)
Não teve um dia fácil. Foi chamado a intervir em diversas ocasiões e, provavelmente, terá sido a sua melhor exibição em território suiço. No entanto, continua a falhar invariavelmente quando o adversário opta por cruzamentos aéreos. Não teve culpa nos golos sofridos.
Miguel (4)
Assim de repente, lembro-me de um passe longo a solicitar Quaresma e de uma ou outra arrancada na primeira parte. Encontra-se, claramente, longe da sua melhor forma. Noite muito apagada.
Pepe (7,5) (melhor em campo)
O guarda-redes português teve momento de grande inspiração, mas o melhor de Portugal foi mesmo o atleta nascido no Brasil. Praticamente não cometeu erros e, variadíssimas vezes, tentou empurrar a equipa para a frente. Era o que menos merecia a derrota.
Bruno Alves (6)
Foi surpreendido, no primeiro golo, pela diagonal de Yakin. De qualquer modo, sem atingir patamares de brilhantismo, teve um desempenho muito semelhante ao que costuma mostrar no seu clube. Actuação positiva.
Paulo Ferreira (5)
Qualquer que seja o adversário, ou as circunstâncias da partida, joga sempre da mesma forma: concentrado e empenhado. Nunca dá um lance por perdido e procurou, sempre, levar o jogo a sério. Todavia, o amarelo condicionou a sua actuação, tendo saído prematuramente.
Fernando Meira (5)
Tal como Paulo Ferreira, esteve igual a si própio: muito esforçado e sempre com o pensamento centrado no auxílio à equipa. Porém, a verdade é que a partida não lhe correu de feição. Esteve, na maioria das vezes, encostado aos centrais e revelou-se menos participativo na luta intermediária.
Miguel Veloso (4,5)
Talvez por ter sido colocado no vértice esquerdo, como interior, tenha limitado o seu campo de manobra. É certo que procurou pressionar os adversários e desenvolver um jogo apoiado. Tentou, ainda, as virtudes do seu passe longo. Contudo, raramente conseguiu meter fluidez na circulação de bola e pareceu sempre perdido na teia suiça. Não convenceu.
Raul Meireles (5,5)
O que se disse sobre Miguel Veloso, poderia ser aplicado para Raul Meireles. De qualquer forma, o portista esteve uns furos acima do seu colega de equipa. Pela entrega, pela capacidade de recuperação, pela intensidade e, mais importante ainda, pelo atitude competitiva. Inserido em companhia mais dinâmica, é natural que o seu rendimento cresça.
Quaresma (4,5)
Até começou bem: aquele centro de trivela, para a cabeça de Hélder Postiga, prometia exibição colorida. Infelizmente, para si e para a selecção nacional, os primeiros minutos não tiveram seguimento e Quaresma desligou o botão da magia. Até no último passe mostrou-se desastrado. Uma noite que não deixa saudades.
Nani (6,5)
Provavelmente, o mais dinâmico na frente de ataque. Sofreu imensas faltas, mas não deixou aparecer à esquerda, à direita, ao meio, tentando furar a muralha contrária. O maior elogio que se lhe pode fazer é que tem condições para aparecer na equipa principal. Pena que a bola no poste tenha mostrado uma evidência cruel: a noite de ontem não iria ficar marcada pelas tão famosas cambalhotas mortais.
Hélder Postiga (6)
A sua maior virtude esteve na movimentação. Nunca se escondeu do jogo e chamou a bola até si, procurando descobrir o espaço necessário para alvejar as redes contrárias. Esteve perto do golo mas, por uma razão ou por outra, os dotes de finalização não estiveram demasiado apurados. Não foi dos piores e fez por merecer outra oportunidade.
Jorge Ribeiro (5)
Correu quilómetros. Nem sempre bem, mas quase sempre na melhor intenção de empurrar a equipa para o ataque. Esteve concentrado e determinado, mas o meio-campo de Portugal não ajudou a que a sua estreia fosse recordada pelos melhores motivos.
João Moutinho (5)
A entrada do capitão leonino tinha dois objectivos: transmitir maior "nervo" à zona do meio-campo e dotar a equipa de maior velocidade nas transições. João Moutinho conseguiu, a espaços, atingir o que se pedia, mas a sua vivacidade de processos exigia mais tempo em campo.
Hugo Almeida (4)
A chamada da "girafa" portuguesa revelou-se infrutífera. o avançado do Werder Bremen foi pouco (ou mal) solicitado e a sua performance ressentiu-se da menor qualidade evidenciada pelo colectivo.

2 comentários:

pedro suissas disse...

olha que o passe do miúdo dos 40 milhões menos 1 centimo(Ah!Ah!Ah!) não se chama trivela mas sim passe de letra... Não será?
Abraço
Pedro Suissas

pedro disse...

só uma nota: o Nani foi o jogador que mais faltas fez no jogo.
quanto ao Hugo Almeida, de facto, para que colocar um ponta de lança que precisa que lhe ponham a bola, se ninguém o faz?...

de resto, nada a apontar à tua análise.