O Benfica deu um passo atrás na luta pelo apuramento no Grupo B da Taça UEFA, com os golos na segunda parte de Emre Asik e Umit Karan a valerem ao Galatasaray um triunfo por 2-0 no Estádio da Luz, em partida da segunda jornada. Desta feita, irei dividir a minha análise em quatro sub-tópicos.
As opções de Quique Flores
Relativamente à equipa que tinha dado bom recado em Guimarães, Quique Flores procedeu a duas alterações: saídas de Ruben Amorim e Pablo Aimar, entradas de Di María e Nuno Gomes, respectivamente. Pode-se argumentar que os adversários, e as circunstâncias do próprio desafio, eram diferentes e, sem mudar o modelo, exigiam uma abordagem baseada numa estratégia distinta. Não deixa de ser verdade. Contudo, a realidade mostrou que o meio-campo encarnado não soube manter a posse de bola e, amiúde, a equipa partia-se num 4x2x4 incapaz de corresponder aos momentos de transição. Diga-se que os melhores períodos exibicionais, desta época, raramente estiveram ligados à presença de dois médios-ala puros, a fazer crer que Ruben Amorim, ou Carlos Martins, devem ser figuras de destaque do lado direito. Isto enquanto Reyes continuar como dono e senhor do flanco contrário. Depois, face ao que tinha alertado como pontos fortes do adversário, teria sido preferível a inclusão da dupla constituída por Pablo Aimar e Óscar Cardozo. Não me vou alongar nas razões – daria para outro post – mas podem esgrimir argumentos através da caixa de comentários.
Um projecto chamado Di María
A derrota pode ser explicada sob diversos prismas. Há quem responsabilize o treinador pelas escolhas técnicas. Há quem refira a dinâmica colectiva ou aponte o dedo a alguns jogadores. Há aqueles que referem a superioridade da equipa turca. Há, ainda, outros que temperam o prato principal - rescaldo - com todas as especiarias - análises - disponíveis. Pertenço a este último grupo, mas gostaria de escrever umas linhas sobre Di María. Cada qual tem as suas 'ovelhas negras'. Quando a maioria tem o seu ódio de estimação centrado em Maxi Pereira, eu perco o meu tempo a pensar como é possível o jovem argentino ter lugar na selecção principal do seu país. Sinceramente, ainda não lhe vi uma exibição de encher o olho, revelando uma imaturidade tal que complica os nervos ao mais pacato dos adeptos. Sendo certo que o médio encarnado precisa de 'crescer' – e é nas partidas de maior dificuldade que se retiram ensinamentos – será mais proveitoso Di María aprender o básico (passe, drible e temporização) nos jogos da Taça de Portugal, por exemplo. No meu entender, não passa de um projecto de jogador, com a vantagem de ter uma máquina propagandística a seu favor. Veremos se, no futuro, Maradona vai na conversa.
A ovação após a derrota
As palmas continuadas, no final da partida, foram um momento típico dos relvados ingleses que acompanhei com a máxima convicção. Não é um resultado negativo que apaga os sinais positivos dos últimos tempos, tendo sido uma reacção colectiva que mostra bem a forma esperançosa como os benfiquistas encaram a época. Felizmente, ao contrário de outros que pintam o seu próprio Estádio, ou agridem os jogadores da sua equipa, o Benfica, e os adeptos, mantêm-se com a confiança inatacável esperando tratar-se, somente, de um acidente de percurso.
A conferência de imprensa de Quique Flores
Mal cheguei ao carro, liguei o rádio na TSF e fui até casa a ouvir a conferência de imprensa de Quique Flores. Mesmo na derrota, classifico o seu discurso com uma palavra: delicioso. As palavras do treinador encarnado foram uma lição de táctica, polvilhadas com enorme objectividade e sinceridade nas respostas. Quando Quique Flores adopta uma postura frontal - relativa às limitações da equipa e à menor prestação de alguns elementos – não é caso para ficar preocupado. Grave seria se o treinador espanhol não reconhecesse os erros e não conseguisse identificar o que deve ser mudado. É por estas, e por outras, que tem marcado positivamente o futebol português. Da minha parte, saúdo o seu comportamento e espero que o 'estado de graça' se mantenha por muito tempo. Como meio de recompensar o trabalho desenvolvido e para alegria de todos nós.
As opções de Quique Flores
Relativamente à equipa que tinha dado bom recado em Guimarães, Quique Flores procedeu a duas alterações: saídas de Ruben Amorim e Pablo Aimar, entradas de Di María e Nuno Gomes, respectivamente. Pode-se argumentar que os adversários, e as circunstâncias do próprio desafio, eram diferentes e, sem mudar o modelo, exigiam uma abordagem baseada numa estratégia distinta. Não deixa de ser verdade. Contudo, a realidade mostrou que o meio-campo encarnado não soube manter a posse de bola e, amiúde, a equipa partia-se num 4x2x4 incapaz de corresponder aos momentos de transição. Diga-se que os melhores períodos exibicionais, desta época, raramente estiveram ligados à presença de dois médios-ala puros, a fazer crer que Ruben Amorim, ou Carlos Martins, devem ser figuras de destaque do lado direito. Isto enquanto Reyes continuar como dono e senhor do flanco contrário. Depois, face ao que tinha alertado como pontos fortes do adversário, teria sido preferível a inclusão da dupla constituída por Pablo Aimar e Óscar Cardozo. Não me vou alongar nas razões – daria para outro post – mas podem esgrimir argumentos através da caixa de comentários.
Um projecto chamado Di María
A derrota pode ser explicada sob diversos prismas. Há quem responsabilize o treinador pelas escolhas técnicas. Há quem refira a dinâmica colectiva ou aponte o dedo a alguns jogadores. Há aqueles que referem a superioridade da equipa turca. Há, ainda, outros que temperam o prato principal - rescaldo - com todas as especiarias - análises - disponíveis. Pertenço a este último grupo, mas gostaria de escrever umas linhas sobre Di María. Cada qual tem as suas 'ovelhas negras'. Quando a maioria tem o seu ódio de estimação centrado em Maxi Pereira, eu perco o meu tempo a pensar como é possível o jovem argentino ter lugar na selecção principal do seu país. Sinceramente, ainda não lhe vi uma exibição de encher o olho, revelando uma imaturidade tal que complica os nervos ao mais pacato dos adeptos. Sendo certo que o médio encarnado precisa de 'crescer' – e é nas partidas de maior dificuldade que se retiram ensinamentos – será mais proveitoso Di María aprender o básico (passe, drible e temporização) nos jogos da Taça de Portugal, por exemplo. No meu entender, não passa de um projecto de jogador, com a vantagem de ter uma máquina propagandística a seu favor. Veremos se, no futuro, Maradona vai na conversa.
A ovação após a derrota
As palmas continuadas, no final da partida, foram um momento típico dos relvados ingleses que acompanhei com a máxima convicção. Não é um resultado negativo que apaga os sinais positivos dos últimos tempos, tendo sido uma reacção colectiva que mostra bem a forma esperançosa como os benfiquistas encaram a época. Felizmente, ao contrário de outros que pintam o seu próprio Estádio, ou agridem os jogadores da sua equipa, o Benfica, e os adeptos, mantêm-se com a confiança inatacável esperando tratar-se, somente, de um acidente de percurso.
A conferência de imprensa de Quique Flores
Mal cheguei ao carro, liguei o rádio na TSF e fui até casa a ouvir a conferência de imprensa de Quique Flores. Mesmo na derrota, classifico o seu discurso com uma palavra: delicioso. As palavras do treinador encarnado foram uma lição de táctica, polvilhadas com enorme objectividade e sinceridade nas respostas. Quando Quique Flores adopta uma postura frontal - relativa às limitações da equipa e à menor prestação de alguns elementos – não é caso para ficar preocupado. Grave seria se o treinador espanhol não reconhecesse os erros e não conseguisse identificar o que deve ser mudado. É por estas, e por outras, que tem marcado positivamente o futebol português. Da minha parte, saúdo o seu comportamento e espero que o 'estado de graça' se mantenha por muito tempo. Como meio de recompensar o trabalho desenvolvido e para alegria de todos nós.
7 comentários:
Concordo com tudo o que dizes.
Gostava de falar no quarto ponto: Quique Flores tem um discurso completamente distinto do que por aqui estamos habituados. Eu fico tão perplexo a ouvir as suas palavras que só agora me dou verdadeiramente conta do quão mal estamos em matéria de profissionalismo, discurso e lucidez dos intervenientes do futebol em Portugal. Perca, empate ou ganhe, o espanhol analisa os erros da equipa, não se escuda em árbitros, circusntâncias do jogo ou sortes e azares. Encara o problema de frente e tem sido de uma coerência sem par, pedindo aos adeptos alguma paicência visto que a equipa e o projecto estão a ser consolidades, passo a passo (e os adeptos, como se viu no fim do jogo, têm sabido acreditar também).
Como amarelo a Quique, a minha preocupação em vê-lo tão teimoso a querer meter dois alas puros quando se nota claramente que a equipa ainda não está preparada para isso. Começou a época assim, depois percebeu que tinha de usar alguém mais interior e de batalha de meio-campo à direita para soltar Reyes na esquerda mas neste jogo - estranhamente, pelo menos para mim - voltou ao 442 clássico que maus resultados tem dado. Espero que este jogo tenha servido para, definitivamente, jogarmos com o Amorim (preferencialmente este, para mim) ou Martins na direita.
Quanto a Di María, nunca será um jogador de top. É demasiado egoísta e burro para algum dia sê-lo (por mais talento que tenha).
Pelas mais diversas razões, Quique Flores tem sido uma 'lufada de ar fresco'. Uma delas, prende-se com o discurso profissional com que encara os desaires e os sucessos.
Depois, não se escuda no trabalho dos árbitros e não se desculpa com questões extra-futebol. Para quem gosta de táctica e aspectos relacionados com o modelo de jogo, é uma delícia ouvir a sua interpretação dos factos.
Quanto à questão do 4x4x2 clássico, é um facto que a equipa ainda não atingiu um nível de evolução que lhe permita incluir 2 alas mais ofensivos, com o risco do sistema partir-se em 4x2x4.
Este assunto, poderia dar para um café e uma tarde de debate mas, em traços gerais, posso expressar o meu ponto de vista. A minha opinião é que, de momento, Reyes, Di María, Urreta e Balboa são incompatíveis. Quando utilizados 2 deles, entre os 4 nomes que citei, o Benfica perde em capacidade de pressão e em atitude defensiva. Os desequilíbrios tornam-se mais evidentes. Infelizmente, ao que parece, Ruben Amorim não estava em condições de dar o seu contributo à equipa.
Confesso que nem sempre estou de acordo com algumas opções de Quique Flores, mas há uma diferença assinalável face a anos anteriores. Quando qualquer outro treinador optava por "a" em detrimento de "b", eu - do alto da minha sabedoria de treinador de bancada - logo arranjava argumentos para destruir aquele onze titular. Agora, desço do meu pedastel de treinador de bancada e, humildemente, dou o voto de confiança às escolhas do treinador espanhol.
Abraço.
Gostava de saber porque focaste tanto o ataque, sabendo tu que a vossa maior desgraça é a má defesa que detens.
Quanto ao treinador, é simples a falar enumerando as falhas cometidas, embora no aspecto táctico penso que é muito fraquinho.
Caro amigo Jorge Diogo,
A nossa má defesa não sofreu qualquer golo com o SEU clube.
Dizer que o Quique Flores no aspecto táctico é fraquinho, é a mesma coisa que dizer que o Paulo Bento conhece vida para além do 4x4x2 losango. Vá-se informar acerca do percurso de Quique Flores na Champions League, enquanto treinador do Valência, e analise as eliminatórias que disputou com o Inter de Milão e o Chelsea de José Mourinho. Fique sabendo que o treinador espanhol "sabe" jogar em 4x4x2 clássico, 4x4x1x1, 4x2x3x1, para citar alguns exemplos mais representativos.
É caso para dizer: fraquinho sou eu que tenho de aturar os seus disparates.
(LOL)
Abraço.
Ora, muito bem.
É verdade que para o campeonato "ainda" não sofreram golos "nossos", já não podemos dizer "guadiana", também é verdade que não tinhamos o "leve" carrasco que acaba sempre por te por a pensar que só ele para marcar um golo daqueles.
Quanto ao flores vamos a ver se não será outro "Camacho".
No fim se verá ( se lá chegar)????
Comparar o Quique Flores com o Camacho é o disparate do mês. A sério, leia este artigo para conhecer melhor o percurso do (actual) treinador espanhol...
http://catenacc10.blogspot.com/2008/07/o-4-4-2-de-quique-flores.html
Amigo,
Informa-te e não digas alarvidades!
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