Um jogo de futebol são 22 jogadores, onze de cada lado, a disputarem uma bola durante noventa minutos. A diferença entre o futebol e o chamado 'futebol português' é que em Portugal a bola não é redonda, não são apenas 11 de cada lado e a modalidade não se joga num campo aberto, mas nas catacumbas de interesses dissimulados.
Por muito que os responsáveis queiram passar uma mensagem positiva, a versão 2008/09 da Taça da Liga esteve aquém do patamar de sucesso tão apregoado: o formato dos regulamentos prejudica os emblemas mais modestos e alguns (sobretudo o FC Porto) aproveitam para rodar jogadores, desprestigiando a competição; a calendarização desrespeita a realidade actual do futebol, sendo necessário encontrar o equilíbrio entre a necessidade de amelhar receitas e a vontade do público.
Lamentavelmente, os acontecimentos da final da Taça Carlsberg foram a 'cereja em cima de um bolo' mal cozinhado e pouco saboroso. Estou em crer que a competição tem direito ao seu lugar no futebol português, mas a 'receita do bolo' tem de ser melhor preparada, com 'ingredientes' de qualidade inquestionável. Gostaria imenso de destacar o papel de treinadores e jogadores, mas tal não é possível quando a decisão do troféu foi assombrada por um erro grosseiro do árbitro. Por momentos, até julguei que o meu clube jogava de camisolas azuis.
Obviamente, o Benfica não culpa da má interpretação de Lucílio Baptista. A lotaria dos penalties não repôs a justiça do marcador porque os deuses – ou teria sido Quim com três magníficas defesas – não queriam nada com o Sporting. De qualquer modo, não me deixa de causar estranheza como foi possível Derlei ter ficado em campo durante os 90 minutos, tal a forma como batia em tudo o que mexia. Também não posso pactuar com a atitude de Pedro Silva, apesar do natural sentimento de indignação do jogador – porém, se bem me lembro, Yebda não teve o mesmo comportamento quando o 'farsante' Lisandro caiu na área, naquele filme habitual do Estádio do Dragão. Deve ser a tal diferença que os sportinguistas tanto se orgulham de ostentar. Diferença, aliás, bem visível quando Filipe Soares Franco se digna a sentar ao lado de um presidente suspenso por 2 anos, em consequência das penalizações do Apito Final. No futebol português, não há santos, nem demónios, mas há uns mais anjinhos do que outros.
Bem, onde entram aqui as camisolas azuis? Muito simples: o Benfica foi beneficiado de uma má decisão do árbitro, resultando o golo do empate de um penalty 'à FC Porto'. Por outro lado, o Sporting sofreu na pele o que muitos adeptos encarnados se andam a queixar há umas boas dezenas de anos. Não posso aceitar que todo o mediatismo à volta de um penalty branquei situações bem mais graves. Na data em que estou a escrever, a maioria das pessoas só se lembra do último jogo, mas a história não é esquecida, nem as escutas apagadas.
Estou quase a terminar. Se querem saber, não é a conquista da Taça da Liga que salva a época do meu clube. Sinceramente, se me fosse dado a escolher, trocava o erro de Lucílio Baptista por todas as vezes que o Benfica foi prejudicado (e o FC Porto beneficiado) na Liga Sagres. Muito provavelmente, estaríamos na frente da classificação. Daqui para a frente, nas 8 jornadas que restam, preocupa-me imenso a 'lei da compensação' – não duvidem que, em caso de dúvida, o Benfica será estorvado e o Sporting sairá favorecido na corrida ao lugar de acesso à 'Champions League'. Infelizmente, essa tem sido prática corrente no futebol português, sendo quase impossível, como salientou Rui Santos, no 'Tempo Extra', existirem comportamentos altruístas. A realidade nacional há muito deixou de ser cinzenta, para passar a ser negra. Só nos resta esperar pelo próximo jogo.
Por muito que os responsáveis queiram passar uma mensagem positiva, a versão 2008/09 da Taça da Liga esteve aquém do patamar de sucesso tão apregoado: o formato dos regulamentos prejudica os emblemas mais modestos e alguns (sobretudo o FC Porto) aproveitam para rodar jogadores, desprestigiando a competição; a calendarização desrespeita a realidade actual do futebol, sendo necessário encontrar o equilíbrio entre a necessidade de amelhar receitas e a vontade do público.
Lamentavelmente, os acontecimentos da final da Taça Carlsberg foram a 'cereja em cima de um bolo' mal cozinhado e pouco saboroso. Estou em crer que a competição tem direito ao seu lugar no futebol português, mas a 'receita do bolo' tem de ser melhor preparada, com 'ingredientes' de qualidade inquestionável. Gostaria imenso de destacar o papel de treinadores e jogadores, mas tal não é possível quando a decisão do troféu foi assombrada por um erro grosseiro do árbitro. Por momentos, até julguei que o meu clube jogava de camisolas azuis.
Obviamente, o Benfica não culpa da má interpretação de Lucílio Baptista. A lotaria dos penalties não repôs a justiça do marcador porque os deuses – ou teria sido Quim com três magníficas defesas – não queriam nada com o Sporting. De qualquer modo, não me deixa de causar estranheza como foi possível Derlei ter ficado em campo durante os 90 minutos, tal a forma como batia em tudo o que mexia. Também não posso pactuar com a atitude de Pedro Silva, apesar do natural sentimento de indignação do jogador – porém, se bem me lembro, Yebda não teve o mesmo comportamento quando o 'farsante' Lisandro caiu na área, naquele filme habitual do Estádio do Dragão. Deve ser a tal diferença que os sportinguistas tanto se orgulham de ostentar. Diferença, aliás, bem visível quando Filipe Soares Franco se digna a sentar ao lado de um presidente suspenso por 2 anos, em consequência das penalizações do Apito Final. No futebol português, não há santos, nem demónios, mas há uns mais anjinhos do que outros.
Bem, onde entram aqui as camisolas azuis? Muito simples: o Benfica foi beneficiado de uma má decisão do árbitro, resultando o golo do empate de um penalty 'à FC Porto'. Por outro lado, o Sporting sofreu na pele o que muitos adeptos encarnados se andam a queixar há umas boas dezenas de anos. Não posso aceitar que todo o mediatismo à volta de um penalty branquei situações bem mais graves. Na data em que estou a escrever, a maioria das pessoas só se lembra do último jogo, mas a história não é esquecida, nem as escutas apagadas.
Estou quase a terminar. Se querem saber, não é a conquista da Taça da Liga que salva a época do meu clube. Sinceramente, se me fosse dado a escolher, trocava o erro de Lucílio Baptista por todas as vezes que o Benfica foi prejudicado (e o FC Porto beneficiado) na Liga Sagres. Muito provavelmente, estaríamos na frente da classificação. Daqui para a frente, nas 8 jornadas que restam, preocupa-me imenso a 'lei da compensação' – não duvidem que, em caso de dúvida, o Benfica será estorvado e o Sporting sairá favorecido na corrida ao lugar de acesso à 'Champions League'. Infelizmente, essa tem sido prática corrente no futebol português, sendo quase impossível, como salientou Rui Santos, no 'Tempo Extra', existirem comportamentos altruístas. A realidade nacional há muito deixou de ser cinzenta, para passar a ser negra. Só nos resta esperar pelo próximo jogo.
5 comentários:
Parabens pelo blog e pelo post!
Em relação à taça da liga, para mudar alguns pontos de vista e esta ser melhor para os clubes pequenos tal como a liga quer, que tal os 4 primeiros classificados da época anterior (Liga Sagres) não participarem. E aí juntar os 2 clubes que descem da Liga Vitalis mais os 2 semi finalistas derrotados da 2ª B? É uma proposta que beneficia o crescimento dos clubes pequenos...
Abraço
Nuno Carvalho
Boa tarde fc tirsense,
Eu percebo a ideia - beneficiar o crescimento dos clubes pequenos, oferecendo-lhes maior notoriedade. Mas, o crescimento também se faz com competitividade, ou seja, dando a possibilidade destes clubes mais modestos jogarem com os mlehores, visitando os Estádios de Alvalade, do Dragão e da Luz.
Depois, sabemos que não seria exequível, em termos económicos, uma competição sem a presença dos três 'grandes'. Bem ou mal, são eles que arrastam multidões e proporcionam o interesse do público, gerando avultadas receitas televisivas. Depois, muito sinceramente, algum patrocinador estaria interessado numa competição sem Benfica, Sporting e FC Porto?
Obrigado pelo comentário.
Antes de mais o meu nome é Sérgio e sou adepto do Fc Porto.
Quanto ao post estou em total desacordo. E porquê? Estar a desculpar um erro claro do arbitro e que prejudicou duplamente a equipa adversaria e que influenciou o decurso do jogo mencionando que no Fc porto Benfica a equipa da casa foi beneficiado é ridiculo. O que é que o Fc porto tem a haver com isto? Simplesmente nada. Só quem tem mau caracter pensa assim. Todos sabemos que os três grandes são mais benificiados em casos de duvida que os outros clubes mais pequenos . Não devia ser assim mas é verdade.Agora que o sporting levou por tabela porque o benfica foi prejudicado contra o Fc Porto não tem pés nem cabeça. E aliás tu como os outros benfiquistas compreendam uma coisa. Enquanto acharem que o Fc Porto ganha por erros de arbitragem nunca terão sucesso . O meu clube ganha porque é melhor? Porquê? Toma as decisões mais competentes quer ao nivel de recrutamento de jogadores e à sua evolução quer ao nivel de recrutamento dos seus tecnicos (Jesualdo não vos diz nada, Deco , maniche, jardel, Fernando Santos , mourinho...etc). So quando entederem que o problema é vosso e não dos outros vão ver que terão epocas melhores. Voltando ao jogo do sporting constatei um facto visto por todos . Se gostarem de futebol e forem benfiquistas não podem ficar muito contentes com esta vitória porque não foi clara como água mas sim disvirtuada. A situação torna se grave quando o arbitro decide por intuição e estatistica ... se ele tem duvidas ( por isso foi consultar os seus assistentes) não pode assinalar penalti. Quanto ao Pedro silva acho o menos culpado disto tudo. A reacção dele não é bonita mas qualquer ser humano tem que compreender a sua reacção . Sentiu se duplamente injustiçado e por isso fez o fez e já agora aquela reacção sobre o arbitro foi e exemplificar o que se sucedeu.
Fui a minha primeira vez a comentar algo neste blogue por isso gostaria que me respondessem.
Muito Obrigado
Sérgio
Sérgio,
Obrigado por teres vindo comentar. Normalmente, neste espaço evito 'falar' de polémicas e procura debater os aspectos ligados ao terreno de jogo. No fundo, escrever sobre futebol.
Porém, é difícil dar um tom mais elevado ao discurso, a partir do momento que a mobilidade do Liedson, a condução de bola do Reyes, os dribles de Vukcevic, as diabruras de Aimar, ficam em plano secundário e o árbitro assume o papel de protagonista.
Quanto ao resto, desculpe não comentar - 20 anos de história ainda dá para umas valentes horas de escutas. Teria que perder vários dias a recordar, com detalhe, os mais variadíssimos lances. Para resumir, o vídeo seguinte responde ao desafio:
http://videos.sapo.pt/59jFzIiijoWaZgCZJcml
Volte sempre!
fctirsense: Em Portugal (especialmente) sem o "concurso" dos 3 grandes quem aceitaria patrocinar esta competição? Não teria futuro algum.
Mais um texto de qualidade Catenaccio ;)
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