segunda-feira, 30 de maio de 2011

Império (futebolístico) FC Barcelona

football formations

Depois da arrebatadora vitória por 3-1 frente ao Manchester United, a pergunta que se coloca é a seguinte: quem consegue destronar o Barcelona deste ciclo vitorioso? Equipas inglesas? O Arsenal não tem demonstrado competência suficiente e a equipa liderada por Sir Alex Ferguson já sentiu a voragem catalã em duas ocasiões. Emblemas italianos? A excepção Inter (com José Mourinho) foi um caso isolado e não se vislumbra qualidade actual no calcio para conquistas europeias. Rival espanhol (vidé Real de Madrid)? Dificilmente.

Então, qual será o clube capaz de destronar o Barcelona deste ciclo vitorioso? Relembro que, nas últimas seis edições da Champions League, o «tiki-taka», levado ao seu potencial máximo por Josep Guardiola, venceu três troféus: 2-1 ao Arsenal em 2005/2006 (ainda com Frank Rijkaard ao comando), (AC Milan em 2006/07), (Manchester United em 2007/08), 2-0 ao vencedor da época transacta em 2008/09, (Internazionale em 2009/10) e, por fim, 3-1 ao mesmo Manchester na temporada que findou.

Como noutros períodos da história, em que impérios militares foram sendo subjugados por forças superiores, estou em crer que o principal adversário do Barcelona é... o próprio Barcelona. Passo a explicar. Em relação à principal competição de clubes, são conhecidas várias fases de domínio (mais ou menos) acentuado: Real de Madrid (década de 50), Benfica (anos 60), Ajax e Bayern de Munique (década de 70) e, mais recentemente, AC Milan em finais dos anos 80 (o "rolo compressor" de Arrigo Sacchi) e início da década de 90 (a "máquina" de Fabio Capello).

No meu entender, este Barcelona, tal como o conhecemos, tem condições para conquistar mais três troféus europeus nos próximos cinco anos. Porém, surge a primeira interrogação da fórmula de sucesso: será que o treinador Guardiola continuará comprometido com a filosofia do clube? Segunda pergunta, não menos importante para a equação dos triunfos: será que a cantera barcelonista continuará a florescer de forma a renovar o plantel principal, sem perda de qualidade? Se observarem a imagem, podem concluir que três jogadores já ultrapassaram a barreira dos 30 anos: Éric Abidal (31 anos), a imagem actual da abnegação e força de vontade do espírito catalão; Carles Puyol (33 anos), o líder (capitão) carismático da equipa; e, Xavi (31 anos), o cérebro de todo o carrossel que encanta os amantes deste desporto. Depois, o guarda-redes Víctor Valdés e o avançado David Villa, já levam 29 primaveras.

Conseguirá a Plantilla B representar o necessário foco de regeneração desta equipa? Será que o defesa Fontàs está preparado para responsabilidades maiores? Estará o criativo médio Thiago Alcántara pronto para assumir a batuta do jogo ofensivo? Em suma, resulta interessante traçar alguns cenários futebolísticos. Será provável que em 2015/16 (por exemplo), o Barcelona seja a equipa mais admirada (e, quiçá, invejada) por adeptos, jornalistas, jogadores e treinadores? Continuará a avolumar troféus europeus a este ritmo? Com recurso à cantera ou, em alternativa, através de cirúrgicas, embora onerosas, intervenções no mercado de transferências? Qual a vossa opinião? Estamos perante um «Império» de quantos anos?

5 comentários:

João Duarte disse...

Não acredito que dure muito mais anos.

Subsituir jogadores como Poyul ou Xavi, seja com canteranos seja com aquisições vai trazer aos substitutos uma pressão muito grande.

Uma coisa era substituir um Bogarde, ainda q no Barcelona, outra é substituir um Puyol que liderou e ganhou tudo. Os adeptos comentarão:"Este não vale metade do que valia o Puyol...".

Quando a memória dos adeptos sobre esta equipa começar a desvanecer-se os substitutos poderão jogar mais livremente e melhor.

É normal, é sempre assim.
O Villa é irrelevante, compra-se em qlqr lado jogadores daqueles.

Quanto aos que ainda são novos, o Messi ainda faz 2/3 épocas a grande nivel. Já leva 230 jogos como profissional, a partir dos 320/350 vão começar a aparecer as lesões e o burn-out psicologico. Infelizmente, jogadores de top como o Messi, e o Torres é um exemplo visivel, vão cada vez mais atingir o limite antes da maturidade plena.
O resto dos novos são jogadores banais que só funcionam pq a máquina está montada e a rolar.

Catenaccio disse...

João,

Antes de mais, obrigado pelo comentário.

Curiosa interpretação. Entendo perfeitamente o aspecto ligado à renovação de jogadores como Puyol e Xavi, pois estão a marcar muito positivamente este período de ouro do futebol do Barcelona. As comparações podem surgir e não será fácil a regeneração destes elementos tão carismáticos.

Em relação ao Villa (tem 29 anos), também creio que o clube catalão pode sempre investir largos milhões nalguma pérola que esteja a dar nas vistas. Tal como fez no passado com Romário, Kluivert, Ronaldo, entre outros.

O Messi ainda vai fazer 24 anos e acredito (espero) que possa render ao mais alto nível durante uns bons 4 ou 5 anos. Agora, essa questão do burn-out psicológico (e físico) pode ter algum impacto (negativo) no seu rendimento futuro.

Quanto à apreciação sobre o resto dos 'novos jogadores', discordo. Claro que ajuda ter uma dinâmica colectiva (identidade) pautada por uma filosofia de jogo enraizada e bem assimilada por todos. Contudo, acho Busquets e Pedro, por exemplo, longe de serem jogadores banais.

João Duarte disse...

Bem, antes de mais, tenho q fazer um disclaimer. A perfeição futebolistica do Barcelona irrita-me solenemente. Primeiro irrita-me a Catalunha, e os catalães, com a pseudo mania da independência, mas q não querem largar um mercado de 40 Milhões mais curtar amarras com a América Latina, segundo, o Barcelona retirou toda a imprevisibilidade do jogo e do resultado, são simplesmente perfeitos, terceiro, o Barcelona e o Messi estão a ofuscar aquilo q deveria ser um momento alto do futebol português, a total e natural supremacia do Mourinho e do Ronaldo.

Dito isto, jogam como o caraças.

Ok, o Busquets e o Pedro não são banais. Claro que não são, percebem na perfeição o seu lugar táctico, técnicamente são fantásticos, mas...não são quem faz a diferença no jogo da equipa. Nesse aspecto, existem também no mercado soluções melhores, poderiam é não funcionar tão bem naquele sistema.

O que verdadeiramente dá alma à máquina é Messi, Xavi e Iniesta. E esse vai ser o principal trabalho do próximo treinador. Mudar peças sem o motor gripar...e em andamento!

Ainda sobre o burn-out do Messi, a nivel de clubes já nada o motivará, a não ser o "jogar para q os colegas ganhem", mas a nível das selecções é onde ele ganhará pontos para definitivamente o colocar a disputar o lugar com Pelé e Maradona. Como, para mim, Messi não é Maradona (é um team player e não um líder/estrela) não conseguirá levar a ARgentina ao titulo. Esse falhanço acelerará o burn-out.

João Duarte disse...

Outro aspecto, o legado deste modelo futebolistico esgota-se nele mesmo. Não é exportavel.

Poucos são os clubes q podem gastar o q o Barça gasta em formação. E os q podem gastar não podem estar 10 anos à espera q apareça uma equipa maravilha.

Assim, daqui a 50 anos pode-se discutir o mérito deste modelo, mas como exemplo existirá apenas quem o criou...

Paradoxo: é revolucionário, atraente, eficiente, com provas dadas, mas ninguem o vai seguir.

Pepe Cadena disse...

Primero que nada, disculpe por no contestar en tu idioma.
El Barcelona es lo que es hoy en dia por el trabajo que hizo en los tiempos retrogrados cuando decidieron dejar atrás la era de los holandeses, ente gran equipo tiene vida por lo menos unos 8 años mas