Na terça-feira passada, dia 11 deste mês, no programa Trio d'Ataque, levantou-se enorme ruído em redor da célebre arbitragem do Benfica-Cuf (7-1) da última jornada do campeonato de 1958/59. Graças às palavras de indignação do Sr. António-Pedro Vasconcelos, e apesar de presumir que o tema já tenha sido destacado nalgum espaço virtual, gostaria de prestar o meu modesto contributo para a verdade dos factos. Para tal, publico um breve excerto, o qual deixo à consideração do Sr. Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto. Na feliz circunstância do leitor conhecer o indíviduo em causa, faça-lhe chegar as palavras seguintes:
Caso Inocêncio Calabote
Ou uma mentira muitas vezes repetida...
Desde os anos oitenta, quando se acentuou o domínio do FC Porto sobre a arbitragem nacional, culminado, duas décadas depois, com a tardia «Operação Apito Dourado», passou a ouvir-se falar muito no antigo árbitro Inocêncio Calabote e nos favores que teria feito ao Benfica num célebre jogo com a Cuf na última jornada do Campeonato Nacional de 1958/59 (22 de Março), terminado com o resultado de 7-1 e que teria tido, no dizer de quantos o recordam agora, dez minutos a mais, dados pelo árbitro à espera que o Benfica marcasse mais um golo que lhe daria o título. Nada mais falso.
Quando se chegou à 26.ª e última jornada deste campeonato, marcado por inúmeros casos, FC Porto e Benfica estavam igualados em pontos e na primeira fórmula de desempate, já que haviam empatado os dois jogos entre ambos. O FC Porto tinha então uma vantagem de quatro golos na diferença total entre tentos marcados e sofridos, pelo que tudo se iria decidir na última jornada, nos jogos Torreense-FC Porto e Benfica-Cuf. Apesar de uma e outra destas equipas estarem em perigo de descer de divisão (o Torreense desceu mesmo e a Cuf acabou por ter que disputar o então chamado Torneio de Competência com os melhores classificados da II Divisão), é muito natural que tanto os jogadores da Cuf como os do Torreense tenham tido prémios especiais (e secretos) para dificultarem a vida aos dois candidatos ao título.
Rádios acesos e...
seis minutos de atraso
Sem televisão a transmitir, era através da rádio que, num e noutro campo, os adeptos iam seguindo a marcha dos marcadores. E a grande questão, que dá origem a todos os exageros que hoje se propalam, residiu no facto de o jogo do Benfica ter começado seis minutos mais tarde que as tradicionais 15 horas, então o horário de início de todos os jogos. (...) E foi essa longa espera, superior a dez minutos, que deu origem à lenda-Calabote, que tão aproveitada (e distorcida) tem sido aos longo dos tempos. O Benfica não foi em nada beneficiado com essa arbitragem. E o árbitro até teria tido todas as possibilidades de «dar» o título ao Benfica, já que o nosso clube marcou o seu último golo aos 38 minutos da segunda parte e, quando o jogo de Torres Vedras terminou, o Benfica ainda teve cerca de dez minutos (seis regulamentares e mais três ou quatro de 'descontos') para marcar aquele que lhe daria o título.
O que disseram os jornais
Folheando os três jornais desportivos da época, nada faria supor que, várias décadas depois, o jogo fosse tão falado. (...) Mas vejamos o que disseram os jornais. Alfredo farinha, em "A Bola", foi bem claro: «O recurso sistemático aos pontapés para fora do rectângulo, a demora ostensiva na marcação dos livres e lançamentos de bola lateral, as simulações de lesões, o uso e abuso, enfim, de todos esse vulgarizados meios de 'queimar tempo'.» (...) No "Mundo Desportivo", Guilhermino Rodrigues não comungava da mesma opinião, mas até considerou menor o tempo de desconto e acabou por o justificar: «Exagerado o período de três minutos que concedeu além do tempo regulamentar para contrabalançar os momentos gastos em propositada demora pelos cufistas.» (...) No "Record", em crónica não assinada (um antigo hábito do jornal), uma outra opinião: »Deu quatro minutos (...) pela demora propositada dos jogadores da Cuf - alguns deles foram advertidos - na reposição da bola em jogo. Não compreendemos porque não usou do mesmo critério no final do primeiro tempo, dado que aquelas demoras se começaram a registar desde início.»
Esclarecedor...
O que aqui se escreveu poderá ser facilmente consultado nos jornais da época. Não houve qualquer escândalo com a arbitragem de Inocêncio Calabote nesse Benfica-Cuf. O chamado caso-Calabote é uma grande mentira.
Informa-se que este texto pode ser lido, na íntegra, no documento 'As verdades deturpadas da história do Benfica', o qual serviu de base à elaboração do artigo.
Caso Inocêncio Calabote
Ou uma mentira muitas vezes repetida...
Desde os anos oitenta, quando se acentuou o domínio do FC Porto sobre a arbitragem nacional, culminado, duas décadas depois, com a tardia «Operação Apito Dourado», passou a ouvir-se falar muito no antigo árbitro Inocêncio Calabote e nos favores que teria feito ao Benfica num célebre jogo com a Cuf na última jornada do Campeonato Nacional de 1958/59 (22 de Março), terminado com o resultado de 7-1 e que teria tido, no dizer de quantos o recordam agora, dez minutos a mais, dados pelo árbitro à espera que o Benfica marcasse mais um golo que lhe daria o título. Nada mais falso.
Quando se chegou à 26.ª e última jornada deste campeonato, marcado por inúmeros casos, FC Porto e Benfica estavam igualados em pontos e na primeira fórmula de desempate, já que haviam empatado os dois jogos entre ambos. O FC Porto tinha então uma vantagem de quatro golos na diferença total entre tentos marcados e sofridos, pelo que tudo se iria decidir na última jornada, nos jogos Torreense-FC Porto e Benfica-Cuf. Apesar de uma e outra destas equipas estarem em perigo de descer de divisão (o Torreense desceu mesmo e a Cuf acabou por ter que disputar o então chamado Torneio de Competência com os melhores classificados da II Divisão), é muito natural que tanto os jogadores da Cuf como os do Torreense tenham tido prémios especiais (e secretos) para dificultarem a vida aos dois candidatos ao título.
Rádios acesos e...
seis minutos de atraso
Sem televisão a transmitir, era através da rádio que, num e noutro campo, os adeptos iam seguindo a marcha dos marcadores. E a grande questão, que dá origem a todos os exageros que hoje se propalam, residiu no facto de o jogo do Benfica ter começado seis minutos mais tarde que as tradicionais 15 horas, então o horário de início de todos os jogos. (...) E foi essa longa espera, superior a dez minutos, que deu origem à lenda-Calabote, que tão aproveitada (e distorcida) tem sido aos longo dos tempos. O Benfica não foi em nada beneficiado com essa arbitragem. E o árbitro até teria tido todas as possibilidades de «dar» o título ao Benfica, já que o nosso clube marcou o seu último golo aos 38 minutos da segunda parte e, quando o jogo de Torres Vedras terminou, o Benfica ainda teve cerca de dez minutos (seis regulamentares e mais três ou quatro de 'descontos') para marcar aquele que lhe daria o título.
O que disseram os jornais
Folheando os três jornais desportivos da época, nada faria supor que, várias décadas depois, o jogo fosse tão falado. (...) Mas vejamos o que disseram os jornais. Alfredo farinha, em "A Bola", foi bem claro: «O recurso sistemático aos pontapés para fora do rectângulo, a demora ostensiva na marcação dos livres e lançamentos de bola lateral, as simulações de lesões, o uso e abuso, enfim, de todos esse vulgarizados meios de 'queimar tempo'.» (...) No "Mundo Desportivo", Guilhermino Rodrigues não comungava da mesma opinião, mas até considerou menor o tempo de desconto e acabou por o justificar: «Exagerado o período de três minutos que concedeu além do tempo regulamentar para contrabalançar os momentos gastos em propositada demora pelos cufistas.» (...) No "Record", em crónica não assinada (um antigo hábito do jornal), uma outra opinião: »Deu quatro minutos (...) pela demora propositada dos jogadores da Cuf - alguns deles foram advertidos - na reposição da bola em jogo. Não compreendemos porque não usou do mesmo critério no final do primeiro tempo, dado que aquelas demoras se começaram a registar desde início.»
Esclarecedor...
O que aqui se escreveu poderá ser facilmente consultado nos jornais da época. Não houve qualquer escândalo com a arbitragem de Inocêncio Calabote nesse Benfica-Cuf. O chamado caso-Calabote é uma grande mentira.
Informa-se que este texto pode ser lido, na íntegra, no documento 'As verdades deturpadas da história do Benfica', o qual serviu de base à elaboração do artigo.
9 comentários:
Aqui está a verdade:
Faltava uma jornada para o fim do campeonato de 1958/59 e o FC Porto e o Benfica seguiam empatados na liderança do campeonato. Tendo empatado os dois jogos entre si, a diferença global de golos era decisiva e, nesse item, o FC Porto tinha uma vantagem de 4 golos. Tudo se ia decidir a 22 de Março de 1959, com o FC Porto a deslocar-se a casa do último classificado (o Torreense) e o Benfica a receber na Luz uma equipa do meio da tabela (a CUF).
Durante a semana que antecedeu o jogo, o Torreense transformou-se numa espécie de Benfica B, com os treinos a serem orientados por elementos dos encarnados, tendo-se chegado ao cúmulo de, durante o jogo, um treinador do Benfica – o argentino Valdivieso – se ter sentado no banco do Torreense. A muito custo o FC Porto venceu por 3-0, com os dois últimos golos a serem marcados nos minutos finais da partida.
No entanto, como nesse tempo não havia “sistema” mas valia tudo, os portistas tiveram de esperar quase quinze minutos após o fim do jogo para poderem festejar.
E porquê?
Em primeiro lugar, e apesar dos regulamentos dizerem que os jogos tinham de começar à mesma hora, o do Benfica começou com sete minutos de atraso; depois, porque na Luz se destacaram dois “artistas”: o guarda-redes da CUF – um tal de Gama (que nome tão apropriado!) – que, de tão “infeliz” nesse jogo, teve de ser substituído a pedido dos próprios colegas e, principalmente, o árbitro alentejano Inocêncio Calabote que, entre outras decisões incríveis, marcou três (!) penalties a favor do Benfica e prolongou o jogo por mais oito minutos. O Benfica ganhou por 7-1, mas não chegou (faltou mais um golo).
Manuel de Oliveira, que viria a ser um dos mais cotados treinadores portugueses, era na altura jogador da CUF. Em declarações ao jornal RECORD de 23/01/2006, não teve dúvidas em afirmar: “Estava tudo feito. Foram assinaladas três grandes penalidades contra nós e nenhuma delas existiu. (...) O jogo foi preparado muito antes (...) Para começar, o Benfica promoveu um atraso de 7 minutos para o recomeço do jogo e depois confirmou-se o momento mau pelo qual passava o nosso guarda-redes, Gama, que foi muito pressionado durante a semana por elementos ligados ao adversário. E a verdade é que ele não foi feliz. (...) O jogo obedeceu a um arranjo e, quanto a isso, não tenho a menor dúvida”.
Perante tamanho escândalo que, ao contrário do que era habitual, não foi possível abafar (graças à força política da família Mello, donos da CUF), o “inocente” Calabote foi irradiado em 11 de Outubro de 1959.
No entanto, até hoje perdura uma questão: se o árbitro foi irradiado por, supostamente, ter sido subornado, porque razão nada aconteceu a quem o subornou?
Boa Malha Sr. Rui Moreira :)
As fontes são "a bola" e o "record"?...
O Sr. Alfredo Farinha, aquele Sr. que "não tinha Clube" antes de se reformar e q depois foi o que se viu nos "donos da bola"?
Até gostava de saber melhor os pormenores desse episódio, mas com fontes históricas dessas... por favor... :)
Rui Moreira,
pela sua intervenção, na Terça-feira, no programa "Trio de Ataque" e por esta sua resposta aqui no blogue, falando na "verdade" sobre um assunto que tem sido discutido e ao qual nunca chegou luz suficiente que nos iluminasse a todos sobre qual será, de facto, a "verdade", deixe-me apontar-lhe a minha desilusão.
Ao contrário de muitos comentadores portistas que têm povoado de facciosismo, provincianismo torpe e ódio visceral ao Benfica alguns programas de desporto em Portugal, habituei-me a ver em si uma pessoa com outra mentalidade e nenhuma tacanhez de espírito. Por tudo isso, custa-me vê-lo enveredar por estes argumentos fáceis, dizendo que a "verdade" é a sua e nenhuma outra, quando se percebe claramente que o Rui, mesmo pelas declarações que já fez sobre o assunto, não tem a certeza daquilo que, seguramente, terá acontecido. Tal como eu, do alto do meus 26 anos, pouco terei a acrescentar ao assunto, restando-me investigar sobre o mesmo e tentar chegar a alguma conclusão - desiderato que ainda não atingi nem creio vir a conseguir, visto que, à distância de tantos anos e ao proteccionsimo natural de uns jornais em relação a um clube e de outros em relação a outro clube, uma conclusão certeira da "verdade" será impossível de decifrar.
Resta-me dirigir-lhe as exactas palavras com que António-Pedro Vasconcelos dirigiu a Paulo Bento nesse mesmo programa sobre a arbitragem de Bruno Paixão: absurdas, inexactas e pouco abonatórias para quem sabe estar a falar para milhões de pessoas.
Cumprimentos.
Esquece-se o sr. Rui Moreira de dizer que dois jogadores do Torreense foram expulsos( e eram últimos classificados)...!
O Benfica decidiu entrar mais tarde na partida contra a CUF e pagou a respectiva multa, decisão esta resultante das relações de amizade entre o FCP e os cufistas, na altura, uma espécie de Guimarães X Porto há alguns anos atrás!
Se o árbitro estivesse subornado não seria o Benfica campeão de qualquer maneira e esse golo que faltava não seria obtido, sabendo que o jogo de Torres Vedras já tinha terminado? Afinal, o campeão foi outro.
Quanto aos proveitos do árbitro em questão tenho uma grande dúvida: teria viajado para o Brasil com a família à conta do Glorioso?
Bom dia,
A todos que comentaram, este post, incluindo mesmo o Sr. Rui Moreira, agradeço que vejam este site http://pobodonorte.weblog.com.pt/arquivo/261271.html lá está descrito o que aconteceu com o dito caso Calabote.
Pelo que me parece eles têm os factos bem apurados e estudados, pelo que alguma verdade há-de ser.
Cumprimentos
Carlos Belo
Carlos,
já tinha lido esse post, há uns meses atrás. Está bem documentado, é uma verdade, mas assenta toda a sua fundamentação no pressuposto de que os jornais do Norte seriam os fidedignos e os do Sul os malandros que funcionavam a favor do Benfica. Foi isso que tentei explicar ao Rui Moreira no meu último comentário: não há, à distância de tantos anos, A VERDADE; há várias verdades e ninguém poderá ter certezas absolutas sobre se houve, de facto, pressão para ajudar o Benfica. Aliás, e como bem lembra o comentador anterior, uma das verdades é que o Porto foi campeão, o que tendo em conta os acontecimentos relatados se prova estranhíssimo, se a intenção fosse querer fazer do Benfica o premiado, visto que não seria assim tão difícil assinalar um pénalti a favor dos encarnados.
Enfim, a única coisa que digo e repito é que ninguém pode ter a certeza de nada e todos irão puxar para o lado que mais lhes convém. Eu prefiro assistir com algum cepticismo. Até porque, se é verdade que alguma imprensa lisboeta era tendencialmente benfiquista, não é menos verdadeira a verdade de os jornais do Norte puxarem pelo clube da região. Tudo o mais é atirarem areia para os olhos da inteligência e lucidez.
Em primeiro lugar, agradeço ao Carlos a divulgação do "CSI: Calabote Scene Investigation". Em segundo lugar, agradeço os comentários sobre o tema do artigo. Por fim, caso seja autêntico, felicito a visita a este espaço do Sr. Rui Moreira.
Desde sempre aprendi que a 'verdade' da história encontra-se intimamente ligada à vivência dos factos. Quando a teoria não pode ser comprovada pela experiência, restam duas opções: a prova testemunhal e o estudo/pesquisa dos acontecimentos relatados por outros.
Como nasci em Fevereiro de 1975 - quase dezasseis anos depois da célebre arbitragem de Calabote - torna-se quase impraticável ter uma visão pessoal sobre o assunto em questão. Por conseguinte, a falta de vivência real dificulta a minha percepção de 'verdade'. No entanto, todos nós assimilamos 'inputs' capazes de formatar convicções. Através da informação reunida, será possível emitir uma opinião válida, ainda que com maior ou menor rigor histórico.
Por esta ordem de ideias, posso assumir que o documento incluído no site oficial do Benfica tenha as suas imperfeições. Da mesma forma que os argumentos apresentados pelo Sr. Rui Moreira podem ser questionáveis. Em suma, a minha versão dos factos não deve ser catalogada como menos verdadeira.
A diferença está no seguinte: são aqueles que usam 'óculos azuis' a utilizar constantemente argumentos, não provados, sobre o episódio Calabote, como simples arma de arremesso. Como bem sabe, os últimos 25 anos do futebol português já deram direito a irradiações, viagens ao Brasil, escutas telefónicas, processos na justiça, filmes no cinema, livros e mais uma panóplia incrível de tristes acontecimentos que resultaram no 'Apito Dourado'. Denominador comum? FC Porto e Pinto da Costa.
De futuro, caso tenha alguma disponibilidade, gostaria de investigar este assunto. Aquando do meu trabalho de pesquisa sobre a inauguração do Estádio Nacional contactei o Alexandre Pereira, jornalista de «A Bola», o qual se prontificou a receber-me nas instalações do jornal. Porventura, um dia destes, irei visitar o edifício do jornal, nas horas de expediente, e solicitar a edição do dia 22 de Março de 1959. Quanto mais diversas forem as fontes, mais perto estaremos da 'verdade'.
Por fim, queria terminar em tom elogioso. Tendo perfeita consciência que o Sr. Rui Moreira tem o hábito de utilizar 'óculos azuis', congratulo-me com a evidência de vestir o fato da correcção. As diferenças clubísticas não contrariam a minha admiração pessoal. Felicito a sua clareza de ideias, o seu discurso coerente e a sua postura irrepreensível.
Cumprimentos.
Não posso deixar de dizer que lendo o que lí num link de um comentário que ai está aludindo a um post do blog Pobo do Norte, fiquei estupefacto...
Sou sócio do SLB com muita honra e muito orgulho, mas isso deixa sempre um amarguinho de boca, no entanto também não posso deixar de salientar que as guerrilhas de imprensa ainda hoje se vivem, ou seja, há e haverá sempre um jornal mais ligado a um clube, que puxara ainda que de forma não tão abrupta como naquela época, a brasa à sua sardinha. Isso é inegável.
Inegável também é que, havendo provas de corrupção existentes no presente, elas sejam sempre postas de parte por serem escutas telefónicas, prova não admissível em tribunal. Não interessa, as provas de actos e conversas ilicitas estão lá.
não posso deixar de achar interessante também, o facto de os portistas defenderem a sua grandeza, no facto de o Benfica ter sido grande no passado, usando precisamente argumentos do passado para dizer que o Benfica é um clube corrupto. Em que ficamos então? Seria notável também, que da mesma forma que surgiu Calabote Scene Investigation, surgisse então um Calheiros Scene Investigation, para nos explicar porque é que o nome desse àrbitro surgiu numa factura da Agencia de Viagens Cosmos, com uma viagem paga ao Brasil... pelo FCP. Coitada da secretária que levou com as culpas, pois foi logo enganar-se e pôr o nome do FCP....
Sábias palavras, caro Johnny.
O que sobressai, no meio disto tudo, é que cada um segue a sua 'verdade'.
Um dia, a História encarregar-se-á de repor a justiça dos factos. Com ou sem óculos azuis.
Agradeço a visita.
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