A época futebolística vista na perspectiva de um jogador de sueca. A estória conta-se do seguinte modo...
Era uma vez um ex-jogador de futebol, tornado director desportivo por via das circunstâncias. Antigo internacional português, procurava um parceiro para as jogatanas de sueca referentes à nova época. Um jovem treinador espanhol, que tinha dado cartas em Valência, apresentava referências positivas. Ultrapassada a fase de negociação, deu-se início ao planeamento da estratégia passível de guiar esta dupla.
A primeira decisão foi comprar um baralho novinho, na expectativa de saírem em sorte cartas valiosas. De seguida, dirigiram-se ao clube onde se disputavam as provas nacionais e internacionais. Os adversários eram provenientes dos mais diversos lugares, prevendo-se uma maratona a exigir a máxima concentração. A partida teve início, com trunfo copas. Bom prenúncio, terá pensado o director desportivo, pois trata-se de uma naipe vermelho, associado à paixão. Do lado do jovem treinador espanhol, as cartas mostravam um 4x4x2, com apenas dois trunfos. Todavia, a ausência de um naipe iria permitir contrariar a dinâmica adversária e alguns Ases, e Manilhas, compunham a mão. Quanto ao companheiro de equipa, a distribuição era mais homogénea, mas predominavam as cartas de copas e ouros. À partida, o apoio estava garantido, desde que privilegiando o respeito pela jogada do parceiro. Finalmente, as primeiras cartas começaram a ser deitadas sob a mesa.
Posteriormente à tremideira inicial, derivado de algum desconforto face ao novo baralho, surgiu a conquista da primeira vaza e logo contra um rival directo. A sala vibrou com aplausos. Na jogada seguinte, desta feita contra uma equipa italiana, uma excelente combinação consentiu a captura de preciosos pontos. A confiança estava em alta. Entretanto, uns jogadores turcos e gregos também davam nas vistas. O emparelhamento do sorteio ditou que seriam os próximos opositores. A tensão aumentava e o treinador espanhol decidiu-se pelo lançamento de um Ás de espadas. Infelizmente, ambos os contendores estavam de corte a esse naipe e a dupla maravilha acabou por sofrer a primeira decepção. Por sua vez, no palco nacional, o equilíbrio era a nota dominante. Caprichosamente, um novo sorteio juntou a dupla vestida de encarnado com uns surpreendentes rapazes pescadores vindos do norte do país. De forma algo desafortunada, o jogador nascido em Madrid avança com uma Manilha prontamente tomada pelo último interveniente na rodada. Após a competição internacional, perdeu-se a hipótese de vencer um troféu interno.
Presentemente, é visível o ambiente de consternação. Alguns apoiantes decidiram abandonar a sala, insatisfeitos com o rumo dos acontecimentos. Não é o meu caso. Tive oportunidade de observar todas as jogadas e mantenho a fé nesta dupla prometedora. Contudo, ensinamentos têm de ser retirados. Ao contrário do póquer, onde uma boa mão pode ser apimentada por um bluff oportuno, na sueca tem de se ir a jogo obrigatoriamente. Em abono da verdade, um bom baralho pode significar um óptimo ponto de partida. Em seguida, requere-se um toque quase científico na forma como se baralha e ajuda, em muito, ter cartas poderosas. Mas, por vezes, tal não é suficiente. Em certas vazas, exige-se outro tipo de abordagem. Sim, o jogo da época ainda não terminou. No entanto, daqui para a frente, torna-se crucial entender melhor o 'timing' de algumas escolhas, nomeadamente saber ler as jogadas do adversário. Depois, na hora certa, é uma questão de apostar nos trunfos que restam.
Era uma vez um ex-jogador de futebol, tornado director desportivo por via das circunstâncias. Antigo internacional português, procurava um parceiro para as jogatanas de sueca referentes à nova época. Um jovem treinador espanhol, que tinha dado cartas em Valência, apresentava referências positivas. Ultrapassada a fase de negociação, deu-se início ao planeamento da estratégia passível de guiar esta dupla.
A primeira decisão foi comprar um baralho novinho, na expectativa de saírem em sorte cartas valiosas. De seguida, dirigiram-se ao clube onde se disputavam as provas nacionais e internacionais. Os adversários eram provenientes dos mais diversos lugares, prevendo-se uma maratona a exigir a máxima concentração. A partida teve início, com trunfo copas. Bom prenúncio, terá pensado o director desportivo, pois trata-se de uma naipe vermelho, associado à paixão. Do lado do jovem treinador espanhol, as cartas mostravam um 4x4x2, com apenas dois trunfos. Todavia, a ausência de um naipe iria permitir contrariar a dinâmica adversária e alguns Ases, e Manilhas, compunham a mão. Quanto ao companheiro de equipa, a distribuição era mais homogénea, mas predominavam as cartas de copas e ouros. À partida, o apoio estava garantido, desde que privilegiando o respeito pela jogada do parceiro. Finalmente, as primeiras cartas começaram a ser deitadas sob a mesa.
Posteriormente à tremideira inicial, derivado de algum desconforto face ao novo baralho, surgiu a conquista da primeira vaza e logo contra um rival directo. A sala vibrou com aplausos. Na jogada seguinte, desta feita contra uma equipa italiana, uma excelente combinação consentiu a captura de preciosos pontos. A confiança estava em alta. Entretanto, uns jogadores turcos e gregos também davam nas vistas. O emparelhamento do sorteio ditou que seriam os próximos opositores. A tensão aumentava e o treinador espanhol decidiu-se pelo lançamento de um Ás de espadas. Infelizmente, ambos os contendores estavam de corte a esse naipe e a dupla maravilha acabou por sofrer a primeira decepção. Por sua vez, no palco nacional, o equilíbrio era a nota dominante. Caprichosamente, um novo sorteio juntou a dupla vestida de encarnado com uns surpreendentes rapazes pescadores vindos do norte do país. De forma algo desafortunada, o jogador nascido em Madrid avança com uma Manilha prontamente tomada pelo último interveniente na rodada. Após a competição internacional, perdeu-se a hipótese de vencer um troféu interno.
Presentemente, é visível o ambiente de consternação. Alguns apoiantes decidiram abandonar a sala, insatisfeitos com o rumo dos acontecimentos. Não é o meu caso. Tive oportunidade de observar todas as jogadas e mantenho a fé nesta dupla prometedora. Contudo, ensinamentos têm de ser retirados. Ao contrário do póquer, onde uma boa mão pode ser apimentada por um bluff oportuno, na sueca tem de se ir a jogo obrigatoriamente. Em abono da verdade, um bom baralho pode significar um óptimo ponto de partida. Em seguida, requere-se um toque quase científico na forma como se baralha e ajuda, em muito, ter cartas poderosas. Mas, por vezes, tal não é suficiente. Em certas vazas, exige-se outro tipo de abordagem. Sim, o jogo da época ainda não terminou. No entanto, daqui para a frente, torna-se crucial entender melhor o 'timing' de algumas escolhas, nomeadamente saber ler as jogadas do adversário. Depois, na hora certa, é uma questão de apostar nos trunfos que restam.
2 comentários:
Excelente!
Totalmente de acordo. Não basta ter uma óptima "mão", há que saber quando a utilizar da melhor forma.
Mas estou com esta dupla, como tu. Sem dúvida.
Abraço!
Já somos três!
Excelente texto. Boa analogia.
Abraço
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