Como começar a crónica de um derby que mais pareceu uma partida de matraquilhos? O que escrever numa altura destas? Quem está habituado aos meus comentários conhece, concerteza, a minha visão sobre o dia-a-dia encarnado. Repetir, pela milionésima vez, as mesmas críticas e argumentos é uma perda de tempo. Inclusive, tentei apontar soluções, quando escrutinei questões como a política desportiva e a estrutura organizacional, mas penso que chegou a hora de substituir as palavras por actos de mudança sérios.
Vamos debater as incidências da partida. A estratégia de colocar Di María como avançado solto, acompanhado por Nuno Gomes, resultou muito bem. Sabendo que o Sporting ia procurar ter o domínio do jogo, era natural que sobrasse espaço nas costas da defesa leonina. Esse hiato de relvado foi bem aproveitado pela m(a)estria de Rui Costa, aliado à irreverência de Rodríguez e, lá está, graças à mobilidade e velocidade do argentino.
Ao intervalo, o resultado era justo. Porventura, até poderia ter números mais expressivos, mas abstenho-me de opiniões sobre a arbitragem. Depois da vergonha (não me ocorre outra expressão) da derrota 0-3 com a Académica, os jogadores davam mostras de querer reagir à adversidade de uma época feita de equívocos. Pura ilusão.
A dada altura, recebi um telefonema do meu amigo Jorge Diogo, sportinguista presente no estádio. As suas palavras eram de total resignação. Chegou a dizer-me que o Di María era um belíssimo jogador, inúmeras vezes mal aproveitado. Nem o mais acérrimo sócio leonino acreditaria na reviravolta.
Na segunda parte, tudo diferente. O Benfica demasiado recuado, a defender em cima da área, perdendo o domínio e controlo do jogo. Algumas pedras nucleares foram mostrando défice físico e a intensidade posta nos duelos individuais começou a pender para os homens vestidos de verde. Adivinhava-se um golo, a qualquer momento. Após o 1-2, sentia-se que os jogadores do Benfica estavam mais expostos ao erro individual e jogavam sem confiança. Sem mentalidade. Os percalços da temporada tiveram o condão de desestabilizar o balneário e a questão anímica torna-se elemento crucial. De qualquer modo, creio que o problema vai para além do que se passa no relvado: é extra-futebolístico. Cada um dos sócios e adeptos encarnados que retire as devidas ilações.
Ironicamente, o Sporting teve uma atitude a fazer os velhos tempos do Benfica: mesmo diante das maiores contariedades, nunca desistiu e soube reagir com enorme atitude e eficácia. Pouco há a dizer sobre a justiça do resultado. Quanto aos números do marcador, por muito que custe, temos de encarar a realidade dos factos e, nesse sentido, relembrar as maiores goleadas do Sporting ao Benfica:
5-0
18.10.1936
Campeonato de Lisboa
Campo das Amoreiras
5-0
14.12.1941
Campeonato de Lisboa
Campo Grande
6-1
16.02.1947
Campeonato Nacional
Campo do Lumiar
5-1
14.11.1948
Campeonato Nacional
Estádio do Jamor
7-1
14.12.1986
Campeonato Nacional
Estádio José de Alvalade
Temos de assumir, de uma vez por todas, que para os lados da Luz existem problemas graves a serem resolvidos. Estamos perante uma verdadeira crise desportiva que ameaça dinamitar toda uma instituição, longe do seu passado glorioso. Na minha perspectiva, é urgente tomar medidas, pois os paliativos já não curam a doença.
Saliento a presença de nove mil benfiquistas em Alvalade e demonstro o meu apreço pelo apoio incondicional que sempre têm demonstrado. Nos melhores e piores momentos, sabem marcar posição de forma apaixonada. Aproveito, também, para felicitar aqueles treze adeptos que, durante a semana, se dirigiram ao Seixal em busca de explicações. Proponho que numa próxima ocasião os nove mil se juntem aos treze. Estamos à espera de quê? De mais um vexame nacional, agora no Estádio do Dragão? Chega de palavras vãs e passemos a actos que defendam o bom nome do nosso clube.
A este propósito, termino com uma mensagem de um sócio benfiquista que todos conhecem: António Ramos, o "Barbas", sócio n.º 6.111. Vale o que vale, mas pode (e deve) ser encarado como um sinal.
Vamos debater as incidências da partida. A estratégia de colocar Di María como avançado solto, acompanhado por Nuno Gomes, resultou muito bem. Sabendo que o Sporting ia procurar ter o domínio do jogo, era natural que sobrasse espaço nas costas da defesa leonina. Esse hiato de relvado foi bem aproveitado pela m(a)estria de Rui Costa, aliado à irreverência de Rodríguez e, lá está, graças à mobilidade e velocidade do argentino.
Ao intervalo, o resultado era justo. Porventura, até poderia ter números mais expressivos, mas abstenho-me de opiniões sobre a arbitragem. Depois da vergonha (não me ocorre outra expressão) da derrota 0-3 com a Académica, os jogadores davam mostras de querer reagir à adversidade de uma época feita de equívocos. Pura ilusão.
A dada altura, recebi um telefonema do meu amigo Jorge Diogo, sportinguista presente no estádio. As suas palavras eram de total resignação. Chegou a dizer-me que o Di María era um belíssimo jogador, inúmeras vezes mal aproveitado. Nem o mais acérrimo sócio leonino acreditaria na reviravolta.
Na segunda parte, tudo diferente. O Benfica demasiado recuado, a defender em cima da área, perdendo o domínio e controlo do jogo. Algumas pedras nucleares foram mostrando défice físico e a intensidade posta nos duelos individuais começou a pender para os homens vestidos de verde. Adivinhava-se um golo, a qualquer momento. Após o 1-2, sentia-se que os jogadores do Benfica estavam mais expostos ao erro individual e jogavam sem confiança. Sem mentalidade. Os percalços da temporada tiveram o condão de desestabilizar o balneário e a questão anímica torna-se elemento crucial. De qualquer modo, creio que o problema vai para além do que se passa no relvado: é extra-futebolístico. Cada um dos sócios e adeptos encarnados que retire as devidas ilações.
Ironicamente, o Sporting teve uma atitude a fazer os velhos tempos do Benfica: mesmo diante das maiores contariedades, nunca desistiu e soube reagir com enorme atitude e eficácia. Pouco há a dizer sobre a justiça do resultado. Quanto aos números do marcador, por muito que custe, temos de encarar a realidade dos factos e, nesse sentido, relembrar as maiores goleadas do Sporting ao Benfica:
5-0
18.10.1936
Campeonato de Lisboa
Campo das Amoreiras
5-0
14.12.1941
Campeonato de Lisboa
Campo Grande
6-1
16.02.1947
Campeonato Nacional
Campo do Lumiar
5-1
14.11.1948
Campeonato Nacional
Estádio do Jamor
7-1
14.12.1986
Campeonato Nacional
Estádio José de Alvalade
Temos de assumir, de uma vez por todas, que para os lados da Luz existem problemas graves a serem resolvidos. Estamos perante uma verdadeira crise desportiva que ameaça dinamitar toda uma instituição, longe do seu passado glorioso. Na minha perspectiva, é urgente tomar medidas, pois os paliativos já não curam a doença.
Saliento a presença de nove mil benfiquistas em Alvalade e demonstro o meu apreço pelo apoio incondicional que sempre têm demonstrado. Nos melhores e piores momentos, sabem marcar posição de forma apaixonada. Aproveito, também, para felicitar aqueles treze adeptos que, durante a semana, se dirigiram ao Seixal em busca de explicações. Proponho que numa próxima ocasião os nove mil se juntem aos treze. Estamos à espera de quê? De mais um vexame nacional, agora no Estádio do Dragão? Chega de palavras vãs e passemos a actos que defendam o bom nome do nosso clube.
A este propósito, termino com uma mensagem de um sócio benfiquista que todos conhecem: António Ramos, o "Barbas", sócio n.º 6.111. Vale o que vale, mas pode (e deve) ser encarado como um sinal.
Barbas lança apelo: «Basta!»
CARTA ABERTA AOS SÓCIOS ENCARNADOS
"(...) Bem sei que a equipa do Benfica ficou aquém das expectativas, está com um plantel desequilibrado, carente de mais qualidade, mas penso que chegou a hora de todos os benfiquistas dizerem “basta”!
(...) Basta de sermos a única equipa que arrasta os sócios e simpatizantes aos estádios deste País, permitindo aos clubes as suas maiores receitas da época, ou seja o seu Euromilhões, e depois os seus dirigentes lançam autênticas passadeiras vermelhas aos dirigentes do FC Porto!
Por tudo isto e por muito mais que o espaço certamente me permitiria, venho lançar um desafio a todos os benfiquistas, aqueles que são verdadeiros sócios e não apenas aos notáveis, para um almoço/convívio a ter lugar no final da época, onde discutiremos todos estes assuntos – os mesmos serão debatidos e encontraremos as soluções dos procedimentos que os sócios e adeptos benfiquistas deverão adoptar para mostrar ao Mundo a força do Benfica!"
António Ramos, "O Barbas" Sócio n.º 6.111 do SLB
4 comentários:
Catenacio:
A equipa do Benfica não é séria.
Uma equipa que sofre 5 golos em 26 minutos não é uma equipa séria.
Há jogadores que tem que sair.
Deve vir um treinador italiano que ponha esta equipa a defender de forma, pelo menos razoável.
Mesmo do ponto de vista do SCP eu ficaria preocupado.
O jogo ontem mostrou muitas das fraquezas de ambos os clubes 8mais do Benfica), porque aquilo não é futebol.
As pessoas gostam muito mas aquilo não é futebol
Caro dissidentex,
Partilhamos a mesma opinião. Sofrer 5 golos em 26 minutos é típico de um joguinho entre amigos, que se juntam ao final da tarde, ou ao fim-de-semana.
Também sou apologista da vinda de um treinador italiano. Para mim, dos melhores dos mundo, em termos de conhecimentos tácticos e competentes no binómio liderança/disciplina.
De qualquer modo, a bagunça é de tal ordem que a "crise" vai muito para além da escolha de treinadores/jogadores.
Abraço.
Caro amigo, é verdade que te liguei ao intervalo do jogo a comentar a minha opinião quanto á atitude da minha equipa na 1ª parte, pois não estava a gostar do que estava a ver e disse que ou mudava a atitude e esquema táctico ou eramos goleados.
Mas Paulo Bento conseguiu ver o erro ainda antes do intervalo, e acabou por resultar na 2º parte.
Mas foi com muito gozo que me deu cantar (olés) depois já com o 5-3 no bucho, quando antes na 1ª parte voçês já cantavam (olés), até ao lavar dos cestos é víndima.
(joguinho entre amigos)- talvez tenham os vossos jogadores pensado isso, e acredito pois o vosso Petit era menos um que lá andava.
Quanto ao Di Maria já te disse onde ele mais rende, e com o tempo vais me dar razão.
Com isto tudo quero frisar que foi uma noite que fica para a história do futebol e em 26 minutos atropelamos e gritámos ao touro OOOOOOOOOOLLLLLLLLÉEEEEEEEEEEESS.
Abraço e boa jornada.
"partida de matraquilhos", nada ilustra melhor o jogo de ontem. Espanta-me que haja quem considere termos assitido um excelente jogo de futebol...
Grande abraço
Enviar um comentário